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Mercedes-Benz dará férias a 7 mil empregados

É a terceira montadora do segmento de veículos pesados a anunciar paradas neste mês

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A Mercedes-Benz, maior fabricante de caminhões e ônibus do País, dará férias coletivas a cerca de 7 mil funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entre os dias 23 de fevereiro e 4 de março. É a terceira montadora do segmento de veículos pesados a anunciar paradas neste mês, após um declínio de 24,4% nas vendas de caminhões e de 35,3% nas de ônibus em relação ao mês de dezembro. Na fábrica da Volkswagen em Resende (RJ), 3,5 mil trabalhadores ficarão em casa no mesmo período da Mercedes. Na Iveco, empresa do grupo Fiat em Sete Lagoas (MG), parte dos 1,8 mil funcionários da produção entrou em férias no dia 2 e só volta após um mês. A empresa não revelou o número de pessoas envolvidas. Na Mercedes, onde a dispensa vai atingir quase 60% do quadro total de 12 mil trabalhadores, a justificativa é a mesma das demais montadoras: "Adequar o volume de produção à atual demanda de mercado." No mês passado, todas as montadoras de veículos pesados instaladas no País venderam 6.389 caminhões, ante 8.457 em dezembro, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em relação a igual mês de 2008, a queda foi de 20,5%. Já as vendas de ônibus tiveram queda de 9,7%. "Os ônibus e os caminhões é que estão mostrando o tamanho da crise. Ninguém vai assumir um compromisso grande de compra de um veículo assim se não tiver o que transportar", disse o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, acrescentando que "produção da indústria está caindo." Segundo ele, o mesmo ocorre no segmento de comerciais leves (picapes, utilitários etc), cujas vendas caíram 5,6% ante dezembro e 11,8% ante janeiro de 2008. O segmento de caminhões também foi beneficiado pela redução de 5% para zero da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Outra medida de ajuda foi a volta do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de 100% do valor do veículo. Antes, o limite estava em 80%. O corte do imposto, válido até o fim de março, só surtiu efeito no segmento de automóveis, que registrou crescimento de 5,1% nas vendas em relação a dezembro, com 158,2 mil unidades. Na comparação com janeiro de 2008, porém, houve queda de 6,7%. Segundo analistas, a compra do carro é, em certa parte, emocional. Já o caminhão só é adquirido em caso de aumento do transporte de cargas, quase sempre gerado pelo crescimento da atividade econômica. COLABOROU BETH MOREIRA

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