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Mercosul adia entrega de oferta à UE

Por Agencia Estado
Atualização:

A assessoria do comissário europeu de comércio, Pascal Lamy, foi informada nesta tarde pela diplomacia brasileira que a oferta do Mercosul será encaminhada na próxima segunda-feira e não mais amanhã, como previsto. A explicação dada a Bruxelas é que os negociadores do Mercosul gostariam de aproveitar a sexta-feira para uma última revisão antes de entregar a oferta melhorada. Lamy afirmou hoje durante um simpósio para empresários europeus que a União Européia (UE) só fará uma segunda oferta depois de avaliar o que chegará por parte do Mercosul. "Dependerá da substância da oferta do Mercosul o fato de apresentarmos ou não uma nova proposta", disse. Ele espera que as negociações entre Mercosul e UE cubram 90% do comércio intrablocos, segundo as regras da OMC. A UE deu o primeiro passo nas negociações quando os blocos deveriam começar a trocar suas ofertas em julho de 2001. Na época, somente a Europa colocou uma oferta sobre a mesa na Rodada de Montevidéu. Quatro meses depois, foi a vez do Mercosul, em Bruxelas. Segundo o roteiro de trabalho estabelecido, as ofertas deveriam ser trocadas amanhã, 28 de fevereiro. A próxima rodada de negociação tarifária acontece, em Bruxelas, entre os dias 17 e 20 de março. O lado europeu tem sobre a mesa uma proposta dividida em quatro categorias para o setor industrial e seis para o agrícola. Nesta área, a UE propõe desgravação tarifária (redução gradual das tarifas) de até 10 anos para produtos que não sejam considerados sensíveis. Quanto aos vinhos e bebidas destiladas, os europeus são vagos e propõem uma "desgravação gradual". Já os produtos sensíveis (azeite de oliva, carne, frango, cereais, arroz, tabaco, açúcar, produtos lácteos, frutas e hortaliças) estão previstos em uma categoria "a ser negociada", com possibilidades já sinalizadas de ampliação de cotas. Na primeira oferta, o Mercosul defendeu que o processo de liberalização do comércio interregional compreenda tanto as restrições tarifárias, como as não tarifárias, em que se incluam barreiras de todas as naturezas. Mas a proposta não chegou a cobrir 40% do comércio entre os blocos.

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