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Mercosul e União Européia tentam melhorar acesso a mercados

Por Agencia Estado
Atualização:

Os quatro parceiros do Mercosul e a União Européia (UE) trocaram neste sábado, em Bruxelas, pedidos de diversos setores para melhorar as ofertas de acesso ao mercado dentro da negociação para a criação de uma área de livre comércio entre os blocos. O Mercosul apresentou um pedido que incluiu todas as linhas tarifárias. A Europa fez solicitações concentradas, abrangendo sete setores industriais e seis dos agrícolas processados. Segundo Arancha Gonzalez, porta-voz do comissário europeu de comércio, Pascal Lamy, o pedido da União Européia reforçou duas questões logo de início. Em primeiro lugar, a Europa espera que o Mercosul melhore a previsão de desgravação tarifária (redução gradual), que concentrou quase todos os produtos nos últimos dez anos. Além disso, quer um esforço maior para os produtos de interesse europeu. A UE pediu para o setor industrial melhora de acesso para cerâmica, bijuterias, máquinas, aço, móveis, cristal (e vidro) e automóveis. Para os produtos agrícolas processados, os setores indicados são cerveja e bebidas alcóolicas em geral, massas, chocolates, água mineral, biscoitos e preparação alimentar. Em pesca, os europeus querem melhores tarifas para sardinhas, atum, camarão e bacalhau. O Mercosul incluiu na lista aproximadamente 3 mil produtos, que compreendem desde os agrícolas e alimentares até os químicos, máquinas e equipamentos, têxteis, couros e manufaturados. Eles correspondem a um valor de comércio aproximado de US$ 6,3 bilhões. Bruxelas, de sua parte, inclui no texto de hoje pedido ao Mercosul de uma oferta para agricultura mais equilibrada. Arancha disse que a Europa quer maior equilíbrio entre demanda e oferta, "tendo o bloco sul-americano que considerar que, dentro em breve, seremos um mercado de 25 países". Segundo o embaixador argentino Jorge Remes Lenicov, o Mercosul ainda não está satisfeito e as listas de hoje não são definitivas, reservando-se o direito de aumentar no futuro o número de pedidos para melhora de ofertas. "Como se sabe, a UE aplica um rígido e amplo sistema protecionista mediante subsídios à produção e à exportação de produtos agrícolas e alimentos processados", disse. De acordo com o embaixador, a Argentina perde por ano cerca de US$ 2,5 bilhões por deixar de exportar, em função do protecionismo agrícola. Para diplomatas sul-americanos, com o intercâmbio de hoje, Mercosul e Europa completam um ciclo do processo negociador, pois a partir de agora tem início a fase de "barganhas" produto por produto. A próxima rodada entre os blocos acontecerá em Assunção, capital do Paraguai, entre os dias 23 e 27 de junho.

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