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Mercosul e União Européia trocarão ofertas para acordo

Por Agencia Estado
Atualização:

O Mercosul e a União Européia acreditam que é possível chegar a um acordo de livre comércio até outubro deste ano. Para isso, os dois blocos vão trocar, nesta sexta-feira, em Bruxelas, pacotes de ofertas que vão incluir interesses de ambas as partes em bens, serviços e investimentos. A União Européia vai, finalmente, oferecer a abertura de seu mercado para produtos agrícolas de interesse do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, disse o diretor geral do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, ministro Régis Percy Arslanian. Para convencer a União Européia, o Mercosul não só vai melhorar a sua oferta em telecomunicações e serviços financeiros, mas também vai oferecer medidas de proteção aos investimentos europeus. Arslanian informou que o Mercosul colocará na mesa de negociações um pacote de ofertas em serviços e investimentos, que estará dividido em duas partes. "Vamos apresentar (aos europeus) um pacote total e diremos que temos ´x´ setores, dos quais uma parte estará disponibilizada de imediato e outra parte estará condicionada, não aos resultados da Rodada de Doha, da OMC, como eles vão condicionar o seu pacote agrícola, mas às concessões que os europeus vierem fazer, no futuro, em matéria de agricultura", explicou o ministro. Isso significa que, se a União Européia disponibilizar em sua oferta agrícola apenas uma parte e o restante depender do andamento da Rodada de Doha, os países do Mercosul adotarão a mesma estratégia, a de condicionar a liberalização de bens, serviços e investimentos. "Se eles querem pagar em duas prestações, então nós também vamos pagar em duas vezes, não à vista", disse Arslanian, usando a metáfora do crédito. Busca do equilíbrio Para ele, é preciso guardar, sempre, o equilíbrio nas negociações, caso contrário fica difícil reverter uma situação de desvantagem. Ele ressaltou que o Mercosul não vai mudar em nada a sua posição em matéria agrícola, mantendo o que foi definido em Cancún, no México. Na ocasião, o Brasil conseguiu unir 20 países (G-20) para reivindicar seus interesses na área de agricultura no âmbito da OMC.

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