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Mercosul está disposto a ampliar ofertas à UE

Por Agencia Estado
Atualização:

Os países do Mercosul se dispuseram a ampliar a quantidade de produtos passíveis de redução tarifária com a União Européia de 87,8% do fluxo de bens transacionados nos dois blocos para 90%, caso os europeus melhorem sua proposta no comércio agrícola. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, pelo comissário europeu de Comércio, Pascal Lamy, e pelo vice-chanceler argentino, Martin Redrado, em rápida entrevista coletiva após três horas e meia de reunião entre a UE e o Mercosul, realizada em São Paulo, em paralelo à 11ª Convenção das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad). "Ainda temos dificuldades, mas já temos uma idéia melhor de onde elas estão e como podemos resolvê-las", afirmou Lamy. É um sinal inequívoco da nossa vontade política de chegar a um acordo significativo e importante, que não é light entre União Européia e Mercosul", completou Amorim. Ficou decidido que nas próximas 48 horas os técnicos dos dois blocos debaterão temas para tentar avançar no acordo. Segundo os ministros, a meta para o acerto final é 31 de outubro deste ano. Lamy e Amorim demonstraram divergências que, mais uma vez, marcaram as reunião. Para o comissário europeu, houve avanços nas negociações sobre investimentos, tarifas industriais e serviços, mas maiores dificuldades em compras governamentais. "Concordo com o Lamy, com a pequena diferença de que em serviços avançamos muito, mas em produtos agrícolas, muito pouco", opinou o chanceler brasileiro. O chefe do departamento de negociações internacionais do Itamaraty, embaixador Régis Arslanian, esclareceu que a proposta de elevação da alíquota de bens negociados por parte do Mercosul dependerá principalmente da melhor oferta da UE no setor agrícola. Ele destacou, entretanto, que os próprios europeus indicaram sua intenção de aperfeiçoar sua proposta no setor de agricultura, inclusive com aumento de cotas e redução subsídios às exportações. O embaixador esclareceu também que a posição do Mercosul sobre compras governamentais é de "transparência", na qual os países europeus podem disputar licitações no Mercosul. "Não podemos agradar a todos. Eles não gostam desse sistema e nós não gostamos de cotas", ponderou. Tanto Amorim quanto Lamy ressaltaram que as reuniões dos técnicos nas próximas 48 horas poderão resultar, no final, na elaboração de uma nova proposta para ser negociada com cada país membro da UE e do Mercosul.

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