PUBLICIDADE

Publicidade

Mercosul tenta acordo comercial com Canadá e países da África

Negociações podem avançar em reunião da OMC em Buenos Aires; conversas com União Europeia foram abaladas por declaração de Macron

Por Lu Aiko Otta
Atualização:

BRASÍLIA - Enquanto as negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia patinam, o bloco sul-americano tenta avançar com outros entendimentos de menor porte que poderão, no conjunto, atuar favoravelmente para expandir seu comércio. São mercados que interessam aos setores privados regionais.

O ministro Aloysio Nunes se reuniu na segunda-feira, 9, com representantes do governo canadense Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 6/10/2017

PUBLICIDADE

Na próxima semana, uma delegação do Canadá estará no Brasil para tentar fechar os parâmetros de um acordo. Se tudo correr bem, o pontapé inicial das negociações será anunciado na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em dezembro, em Buenos Aires. No ano passado, o Brasil exportou US$ 2,4 bilhões para aquele país, com boa participação de produtos industriais. O Ministério da Agricultura vê potencial de expansão de mercado lá.

O interesse no acordo foi reforçado na última segunda-feira, em declaração conjunta emitida por Mercosul e Canadá, após reunião do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, com o ministro do Comércio Internacional daquele país, François-Phillipe Champagne. Ambos estavam em Marrakesh, no Marrocos, numa reunião preparatória da OMC.

Brasil e Canadá travam uma dura batalha no tribunal da concorrência internacional por causa de subsídios à produção de aviões. No entanto, fontes próximas às conversas garantem que esse tema não contamina as negociações do acordo, da mesma forma que os questionamentos europeus sobre o Inovar Auto, por exemplo, não interferiram nas rodadas de entendimento.

Mais adiantado do que o acordo com o Canadá, o Mercosul negocia também um com o Efta, bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Já houve duas rodadas de entendimentos. Tal como com a União Europeia, é possível que esse acordo enfrente dificuldades por causa de produtos agropecuários. É o caso da carne e do leite, produzidos pela Suíça.

Estão em andamento entendimentos com Marrocos e Tunísia. Embora sejam economias menores, os acordos poderão ser fechados rapidamente, pois tratarão apenas de comércio de bens. Não terão capítulos sobre investimentos e compras governamentais, como os demais.

Europa. O foco dos negociadores, porém, continua sendo o acordo com a União Europeia, dado o tamanho do mercado. Seria o primeiro acordo comercial de grande porte do Mercosul.

Publicidade

As negociações sofreram um novo abalo na última quarta-feira, quando o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou num encontro com produtores agrícolas que não tem pressa em fechar em dezembro um acordo que está sobre a mesa desde 1999. E que discutirá a questão com outros líderes europeus.

Macron não tem poder de veto sobre o acordo. Mas o posicionamento da França tem peso nas decisões do bloco, de 28 países. É um complicador, avaliam negociadores brasileiros. Uma nova rodada de negociações está marcada para os dias 6 a 10 de novembro.

::: Mande um WhatsApp para o E&N. O número é: 11 99439-3766 :::

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.