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Mercosul tenta formar bloco com África do Sul e Índia

Por Agencia Estado
Atualização:

Um bloco comercial que envolveria o Mercosul, África do Sul e Índia começa a ser pensado. Hoje, em Tóquio, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, debateu com o colega indiano, o ministro do Comércio, Arun Jaitley, a possibilidade de formar a primeira associação comercial que incluiria vários países do hemisfério sul. "Esse seria o verdadeiro Mercado Comum do Sul", afirma Amorim. O Mercosul já negocia um acordo com a África do Sul para estabelecer preferências tarifárias entre os países. Os africanos também já estão em conversações avançadas com os indianos para firmarem outro acordo. Faltaria, portanto, um acordo entre o Mercosul e a Índia para completar o bloco. Os ministros do Brasil e a Índia concordaram em se reunir, em maio, possivelmente em São Paulo, para iniciar as negociações. "Temos a idéia de completar esse acordo com os indianos em curto prazo. A partir disso, poderíamos pensar em um tratado mais amplo entre Mercosul, Índia e África do Sul", disse Amorim, garantindo que a idéia de um bloco do hemisfério sul foi bem recebida por Jaitley. O chanceler disse que o Brasil e indianos estão descobrindo que possuem cada vez mais posições parecidas em vários temas comerciais. Com relação à África do Sul, além de um grande mercado, o país seria um entreposto importante para as eventuais exportações do Mercosul para a Índia e para outros mercados asiáticos. Para o Itamaraty, enquanto o acesso aos mercados europeus e dos Estados Unidos garantiriam um incremento nas exportações agrícolas, o novo bloco do sul ajudaria no aumento das exportações de produtos manufaturados do Brasil. Técnicos do setor comercial do governo acreditam que itens como bens de capital, aviões e automóveis poderiam ter vantagens competitivas nos mercados da África do Sul e Índia. Da parte dos indianos, um dos interesses no mercado brasileiro seria o setor de remédios genéricos, que vem crescendo desde 2000. Neste ano, empresas do país já planejam investir no Brasil, o que mostra que haveria um mútuo interesse por um acordo comercial entre os países.

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