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Merrill Lynch: pacote beneficiará EUA por pouco tempo

Por Regina Cardeal
Atualização:

O pacote de estímulo fiscal aprovado nos EUA ficou um pouco acima do que previa o banco de investimentos Merrill Lynch, que, por conta disso, está elevando sua previsão para o desempenho do PIB em 2008. Mas, considerando o efeito temporário do plano, o banco está rebaixando sua projeção para 2009. O banco prevê crescimento real de 0,9% do PIB este ano, ante expectativa anterior de expansão de 0,7%. Para 2009, a projeção de crescimento foi reduzida de 1% para 0,6%. Em relatório, o economista para América do Norte, David A. Rosenberg, afirma que o plano de incentivo fiscal para 2008 de US$ 168 bilhões superou sua previsão de um pacote de US$ 100 bilhões. Ele ressalta que, do total, a parte realmente importante são os US$ 117 bilhões destinados a devoluções de impostos para as famílias de baixa e média renda. Mas, como o pacote fiscal é temporário, vai afetar o segundo e o terceiro trimestres deste ano, às custas do crescimento no quarto trimestre, diz o analista. Por isso, ele agora acredita que, com base na média anual, a economia será mais fraca em 2009 do que em 2008, já que o déficit fiscal de cerca de 4% do PIB impedirá que Washington forneça mais estímulo às atividades no próximo ano. O economista lembra que em 2001, quando o afrouxamento fiscal começou, os EUA tinham um superávit de quase 2%. Além disso, os baby boomers (nascidos entre 1946 e 1964) estão sete anos mais perto da idade de aposentadoria, 65 anos, o que complica o quadro orçamentário. Rosenberg prevê que apenas 40% da devolução de impostos irão para gastos, mais ou menos como aconteceu no passado com este tipo de estímulo fiscal temporário. Mas pondera que, com o desemprego em alta e o atraso nos pagamentos de hipotecas, financiamentos de veículos, cartões de crédito e agora contas de serviços públicos, mesmo esta estimativa pode ser otimista. Forças recessivas Ao contrário de 2001 e 2003, o pacote fiscal dos EUA de 2008 chega num momento em que as forças recessivas estão se acelerando e não se abatendo, segundo o economista do Merrill Lynch. De acordo com ele, no momento, estão com tendência de baixa tanto o mercado de ações quanto o de imóveis residenciais, os quais representam mais da metade da base de ativos do consumidor.

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