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Mesmo com crise externa, País continua recebendo dólares

Segundo economista do BC, nervosismo dos investidores é observado apenas em aplicações de curto prazo

Por Fernando Nakagawa , Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

Mesmo com a piora da crise internacional, o Brasil continua recebendo dólares. A avaliação foi feita pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, com base no ingresso de recursos na forma de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e na taxa de rolagem dos empréstimos internacionais. O nervosismo dos investidores, ponderou, é observado apenas em aplicações de curto prazo, como a Bolsa de Valores.   "A despeito da volatilidade externa, continuam os ingressos significativos. Os recursos têm entrado pelos fundamentos e pela confiança na economia brasileira", disse. Conforme dados prévios de janeiro, o IED somava US$ 4 bilhões no mês até esta segunda-feira, 28,, e deve ser recorde para o mês. Já a taxa geral de rolagem dos empréstimos internacionais estava em 281% no mesmo período.   A crise externa, porém, é sentida nos indicadores ligados aos investimentos financeiros. "Há saída de fluxos de curto prazo, como as ações e renda fixa", disse. Dados apresentados do BC mostram que houve saída de US$ 1,8 bilhão em janeiro - até dia 28 - em investimentos em carteira, que estavam alocados principalmente em ações e renda fixa. "Era de se esperar que o investidor de Bolsa saísse daqui também", disse Altamir, ao citar a saída de investidores nos principais mercados acionários do mundo.   Para Altamir, a avaliação geral do quadro ainda é tranqüila. Para ele, ainda não foi acesa a "luz amarela" com relação ao comportamento dos fluxos financeiros internacionais no Brasil. Ainda assim, ele prefere não fazer prognósticos. "Não se sabe a intensidade da crise. Mas do que depende dos fundamentos macroeconômicos, os recursos estão fluindo normalmente", disse.

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