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Mesmo com pandemia, 782 mil empresas abriram as portas entre maio e agosto

No lado oposto, mais de 331 mil foram fechadas em igual período; maior parte dos novos CNPJs vem de microempreendedores e empreendimentos ligados ao comércio de roupas e acessórios

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Por Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - Apesar da pandemia de covid-19 afetar a atividade econômica em todo o território nacional, 782.664 empresas a mais abriram do que fecharam as portas no segundo quadrimestre de 2020 (de maio a agosto), de acordo com dados divulgados há pouco pela Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia.

O Mapa de Empresas mostra que foram abertas 1,114 milhão de novas firmas de maio a agosto de 2020, um aumento de 6% em relação aos primeiros quatro meses do ano e uma alta 2% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse total, 331.569 encerraram suas atividades, um volume 6,6% menor que o dos primeiros quatro meses de 2020. Na comparação com o segundo quadrimestre de 2019, a queda no fechamento de firmas chegou a 17%.

Varejo de vestuário e acessórios liderou a criação de empresas no segundo quadrimestre do ano, com mais de 68 mil novas firmas. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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A maior parte dos novos CNPJs criados no segundo quadrimestre do ano foi de empreendedores individuais, incluindo os microempreendedores (MEIs), com 944.469 registros de maio a agosto, uma alta de 2,4% em relação aos quatro primeiros meses de 2020.

Com os resultados do período, o número de companhias ativas no País chegou a 19,289 milhões no fim de agosto, uma alta de 4,5% em relação ao fim de abril. Do total, 13,783 milhões são empreendedores individuais ou MEIs.

Com saldo de novas 317 mil empresas abertas no período, o Estado de São Paulo possui 5,4 milhões de firmas ativas, seguido por Minas Gerais (2 milhões) e o Rio de Janeiro (1,8 milhão).

O setor de serviços responde por 46% das empresas em funcionamento no País, seguido pelo comércio com 35,21%. Na sequência aparecem indústria de transformação (9,53%), construção civil (8,09%), agropecuária (0,64%), extrativa mineral (0,14%)e outras (0,45%).

O comércio varejista de vestuário e acessórios liderou a criação de empresas no segundo quadrimestre do ano, com 68.711 novas firmas. Na sequência, vem a abertura de 51.153 empresas de promoção de vendas. Outras 43.378 firmas foram abertas para o fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar.

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Já os segmentos que mais fecharam firmas no período estão o comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios; lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares; e comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios.

Burocracia

O tempo médio para se abrir uma empresa no Brasil foi de 2 dias e 21 horas no período. Houve a redução de 1 dia (25,8%) nesse prazo em relação aos quatro primeiros meses do ano. Na comparação com janeiro de 2019, os empreendedores passaram a levar em média 2 dias e 12 horas a menos (46,5%) para conseguirem abrirem seus negócios.

Goiás é o Estado com a burocracia mais eficiente na hora de abrir uma nova empresa, com um tempo médio de apenas 1 dia e 1 hora. Na sequência, aparecem Distrito Federal (1 dia e 2 horas), Mato Grosso e Sergipe (1 dia e 10 horas), e o Mato Grosso do Sul (1 dia e 13 horas).

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Mesmo com uma melhora de 2 dias e 14 horas no segundo quadrimestre, a Bahia segue sendo o Estado de pior desempenho nesse ranking, com prazo médio de 7 dias e 18 horas para a abertura de uma empresa. Na sequência aparecem Santa Catarina (4 dias e 1 hora), Pernambuco (4 dias), Paraná (3 dias e 14 horas) e Acre (3 dias e 10 horas). 

Em algumas capitais, o prazo médio para abertura de novas firmas é ainda menor. Em Florianópolis (SC), esse tempo é de 5 horas. Em Goiânia (GO) o prazo médio da burocracia é de 20 horas. Já em Salvador (BA), o tempo médio é ainda pior que o do Estado, chegando a 9 dias e 17 horas para se abrir um novo negócio.

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