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Mesmo mais barato, futuro de ações não decola

Mercado de derivativos é opção mais barata para entrar na Bolsa, mas, devido à má escolha do momento para seu lançamento, o mercado futuro de ações não decolou.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado futuro de ações seria uma maneira mais barata de entrar na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), caso tivesse engrenado. Essa modalidade de negociação permite que o investidor se posicione em um ativo hoje, mas pague ou receba somente no vencimento. Apesar de elogiado por especialistas, o segmento não decolou. A Bolsa paulista tentou relançá-lo em outubro do ano passado, mas só registrou 34 negociações desde então. O superintendente executivo de operações da Bovespa, Ricardo Nogueira, admite que a Bolsa escolheu um mau momento para entrar nessa área, dada a instabilidade financeira internacional. "Há uma restrição geral a investimentos e não é hora de retomar o processo. Vamos deixar os mercados se acalmarem." Segundo ele, em 2003 a Bovespa voltará a fazer campanhas para impulsionar o setor. O mercado futuro de ações, bem como o de opções e o a termo, são conhecidos por derivativos. Envolvem ações, mas não se tratam de compra e venda simples de papéis, e sim "derivam" dessas transações. Segundo o diretor de uma corretora internacional, são procurados por agentes que gostam de arbitrar, ou seja, ganhar dinheiro com a diferença entre a cotação atual da ação e seu preço em um mês ou mais. O futuro é procurado pelo investidor de longo prazo que não quer pagar um prêmio alto. O desembolso na entrada, segundo o sócio e gerente de Bolsa da Ágora Corretora, José Rogério Oliveira, é de cerca de 20% do preço da ação, a chamada margem de garantia. Segundo um operador, é uma boa opção para empresas que querem recomprar seus papéis mas não têm dinheiro no momento. "No mercado futuro, compra-se a ação gastando menos no momento. Nas opções paga-se um prêmio e corre-se o risco de perdê-lo no exercício", comparou Nogueira. Se o investidor acredita que a ação de uma empresa vai subir, ele compra o papel no mercado futuro. Se acha que vai cair, vende. O investidor já acerta um preço e uma data definidos para o negócio. No vencimento vende ou compra a ação, além de fazer o acerto da margem de garantia depositada para a operação. Para os especialistas, os derivativos têm características diferentes, mas não desvantagens. "Nas opções pode-se fazer arbitragens com várias séries de preços diferentes para uma mesma ação. No futuro só há um papel", disse Oliveira, da Ágora. O futuro oferece mais mobilidade que um negócio a termo ou o de opções no caso dos vencimentos. "Todo futuro tem um ajuste diário. Quem ganha ou perde fecha essa movimentação no mesmo dia", explicou Nogueira, da Bovespa. O investidor também pode vender s eu futuro para outro. Nas opções o lucro só é embolsado no dia em que os negócios vencem e, no termo, o investidor precisa ficar com a posição parada por uma semana antes de vendê-la.

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