Ao comentar os últimos índices de inflação, acima da expectativa do mercado, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que a meta de inflação de 8,5% será mantida. "Manteremos a meta porque achamos que há condições de que ela seja atingida", disse. Segundo ele, se apenas as projeções forem verificadas, é possível constatar que todas ficam ainda um pouco acima da meta. ?Mas a valorização cambial que houve e que pode se desenvolver ao longo do ano pode deixar de pressionar os preços no atacado e isso pode trazer a inflação para o objetivo", afirmou. O ministro esteve reunido hoje com o secretário do Tesouro norte-americano, John Snow, e com o presidente do Federal Reserve (FED), Alan Greenspan. Uma das questões levantadas no encontro, segundo Palocci, foi a possibilidade dos preços administrados superarem as previsões, de forma que a política monetária teria pouca ou nenhuma eficiência. "Nos parece neste momento que os preços administrados estarão dentro do previsto. Isso não é definitivo. Mas se isso acontecer, a meta é plenamente atingível e vamos continuar trabalhando com ela", afirmou. Palocci reiterou que a política monetária é ajustada para as metas estabelecidas. "Vamos ver com toda a atenção essa questão inflacionária porque ela é muito importante para o País. A relação da inflação com a renda dos pobres é direta", disse o ministro. Segundo ele, o governo tem dois objetivos em termos de política macroeconômica. O primeiro, é a redução da relação dívida/PIB e o segundo é o controle da inflação. Para o ministro da Fazenda, o encontro foi muito produtivo. Greenspan e Snow emitiram uma opinião positiva sobre os resultados do início do governo Lula. Segundo Palocci, Greenspan disse que o Brasil fez a opção certa por um ajuste fiscal severo no início do governo, porque a história mostra que isso traz resultados no longo prazo mais consistentes do ponto de vista de crescimento econômico. ?Foi uma boa discussão", afirmou.