PUBLICIDADE

Publicidade

Meta de inflação é cumprida: IPCA fecha 2005 em 5,69%

A inflação oficial ficou dentro do intervalo da meta definida pelo Banco Central (2% a 7%), um pouco acima do centro da meta, de 5,1%. Veja o comportamento dos principais índices de inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo segundo ano consecutivo, o País conseguiu cumprir a meta de inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - índice usado como referência para a meta de inflação - acumulou alta de 5,69% em 2005, ante uma variação de 7,6% em 2004, segundo divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação oficial ficou dentro do intervalo da meta definida pelo Banco Central (2% a 7%), um pouco acima do centro da meta, de 5,1%. A inflação medida pelo IPCA no mês de dezembro ficou em 0,36%, contra 0,55% em novembro. Esta é a menor inflação apurada pelo Índice desde 1998. A gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, avalia que "o dólar foi o fator relevante" para segurar a inflação no ano. Com a depreciação do dólar frente ao real, os preços dos insumos e produtos importados ficaram mais baixos, contribuindo o controle da inflação. Com a ajuda do dólar e também de uma boa oferta de produtos no mercado interno - apesar de menor do que a expectativa de 134 milhões de toneladas a safra 2005 foi grande, de 112 milhões de t -, os alimentos contribuíram muito para conter a inflação no ano, com alta de 1,99%, ante 3,86% em 2004. Maiores altas PRINCIPAIS ALTAS NO IPCA Tomate 50,00% Cenoura 38,03% Batata-Inglesa 35,50% Cebola 25,60% Passagens aéreas 28,13% Seguro de veículo 22,65% Taxa de água e esgoto 13,38% Plano de saúde 12,02% Empregado doméstico 11,52% Ônibus urbano 10,44% Eletrodomésticos 10,33% Condomínio 8,90% Energia elétrica 8,03% Gasolina 7,76% Telefone fixo 6,68% Álcool 5,64% PRINCIPAIS QUEDAS NO IPCA Arroz -21,45% Óleo de soja -17,21% Bacalhau -9,58% Farinha de mandioca -8,89% Feijão carioca -7,72% Leite pasteurizado -7,46% Farinha de trigo -6,91% Leite fermentado -6,62% Alho -5,55% Video cassete -19,39% Televisor -11,05% Microcomputador -11,14% Papel higiênico -8,29% Sabonete -4,67% Sabão em barra -4,34% Aparelho de som -1,66% O principal impacto de alta para a inflação em 2005 foi dado pelos ônibus urbanos (10,44% de aumento e contribuição de 0,52 ponto), como resultado do que Eulina chamou de "sazonalidade eleitoral". Com as eleições municipais de 2004 muitas prefeituras evitaram os reajustes de ônibus, que desaguaram no ano passado. Os preços dos produtos não alimentícios subiram bem mais no ano (6,77%). Houve destaque também em itens como passagens aéreas (28,13%), seguro de veículo (22,65%), taxa de água e esgoto (13,38%) e plano de saúde (12,02%). Por outro lado, itens cujos insumos são vinculados ao dólar apresentaram quedas significativas no ano, como vídeo cassete (-19,39%), televisor (-11,05%) e microcomputador (-11,14%). Inflação começa o ano em alta Ontem, os índices de inflação divulgados mostraram uma pressão de alta sobre os preços, apontando resultados acima do esperado. Este cenário de inflação mais forte trouxe dúvidas para os analistas que esperavam um corte mais forte de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima semana. Esta expectativa tinha por base os dados fracos da produção industrial referente ao mesmo de novembro. Política de metas A política monetária do Banco Central toma por base o cumprimento da meta de inflação. Para controlar os preços, o governo usa as taxas de juros. Com juro mais alto, o consumo tende a diminuir, o que tira a pressão de alta sobre os preços, controlando a inflação. Contudo, a economia sofre com este cenário. O crédito para as empresas fica mais caro, o que dificulta o crescimento econômico. A renda das pessoas cai e os índices de desemprego aumentam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.