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Meta para inflação de 2003 passa a ser 4%

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, anunciou a elevação do centro da meta de inflação de 2003, de 3,25% para 4%. Para 2004, o centro da meta foi fixado em 3,75%. Para esses porcentuais já fica valendo, a partir de 2003, a nova margem de variação, que subiu de 2 pontos porcentuais para 2,5 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. Segundo o ministro, as razões que motivaram a alteração da meta de 2003 foram os efeitos dos choques vividos pela economia em 2001 e 2002, o "clima de incerteza que prevalece no mundo" e o fato de que, pelas estimativas, a inflação deste ano já está muito próxima do teto da meta. Malan reafirmou que, apesar de ter sido ampliada a banda da meta de inflação em 1 ponto porcentual, "o BC estará mirando em 4%, que é a meta estabelecida". Ele salientou que a meta de 2002 será mantida, porque não faz sentido alterá-la no meio do ano. Ele lembrou que a expectativa do mercado, registrada pelo Ministério da Fazenda, é de que a inflação chegará neste ano ao teto da banda, 5,5%. Ele lembrou, no entanto, que em 2002 a inflação estará 2 pontos abaixo da inflação de 2001, que foi de 7,67%. O ministro fez questão de salientar que isso comprova a trajetória de queda da inflação. Malan anunciou ainda a elevação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) dos atuais 9,5% ao ano para 10% ao ano. A decisão foi tomada na reunião de hoje do Conselho Monetário Nacional. A nova alíquota da TJLP entrará em vigor a partir de 1º de julho, para vigorar durante o terceiro trimestre. Segundo Malan, a alteração levou em conta a elevação da meta de inflação para 2003 e a piora do chamado risco Brasil. Novo governo O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou que seria bastante positivo para o País se os candidatos à Presidência da República assumissem publicamente um compromisso de não apenas manterem os regimes fiscal e monetário, mas também as metas já definidas para 2003 e 2004. Segundo Malan, esse tipo de comprometimento seria uma enorme contribuição dos candidatos para permitir uma transição de governo mais tranqüila. Na opinião dele, as metas de inflação definidas hoje para 2003 e 2004 são "extremamente razoáveis e desejáveis". Pedro Malan voltou a defender a manutenção de Armínio Fraga na presidência do Banco Central no início do próximo ano, e criticou aqueles que estão tentando "politizar" a questão. Segundo Malan, a permanência de Fraga à frente do BC permitiria uma transição mais tranqüila e "menos custosa" de governo. Malan lembrou que por causa do recesso parlamentar do início de 2003, provavelmente os novos diretores do BC só poderão ser sabatinados pelos parlamentares entre meados de fevereiro e início de março. Por isso, ele acredita que seria positiva a permanência de Fraga durante esse período. "Agora, se alguém acha que isso é pedir demais, que o diga. Estamos vivendo uma democracia", afirmou. Segundo o ministro, essa proposta não embute nenhum tipo de ideologia. "Mas se querem politizar isso, que o façam. Eu não penso assim". Malan também voltou a defender a importância de um debate público sobre o regime de metas de inflação, mas que, na sua opinião, esse é o melhor regime para conduzir a política monetária do País. O ministro disse que o governo não está alterando de maneira sgnificativa a previsão de crescimento da economia para 2003 e 2004. Ele respondia à pergunta sobre o impacto da nova meta de inflação na economia brasileira. Malan, no entanto, não falou em números. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que falará sobre o assunto em entrevista que será concedida amanhã, após a divulgação do relatório de inflação. Pedro Malan admitiu há pouco a possibilidade de países emergentes como o Brasil serem favorecidos pela crise de confiança na economia norte-americana, principalmente após o escândalo da WorldCom. Ao ser questionado se os países emergentes poderiam receber investimentos por causa da crise nos EUA, o ministro respondeu: "Essa possibilidade existe. Depende de nós". Ele acrescentou acreditar que o futuro do País está nas mãos dos brasileiros e que, mantida a transparência, a previsibilidade e o rumo da economia, é possível essa avaliação.

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