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Metade da população das classes A a C não tem investimento, diz Anbima

Dado representa, contudo, um avanço em relação a 2006, quando 65% dos brasileiros declaravam que não tinham aplicações

Por Vinícius Pinheiro e da Agência Estado
Atualização:

O número de brasileiros que possui algum tipo de investimento aumentou nos últimos anos, mas a maioria ainda não se vale de nenhuma forma de poupança. A conclusão é de pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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O total de pessoas que declarou não ter alguma aplicação caiu de 65% em 2006 para 51% este ano, de acordo com o levantamento, que considera apenas pessoas com renda equivalente às classes A, B e C. "Se fosse incluída toda a população, esse porcentual certamente seria ainda maior", afirmou a diretora de atendimento e planejamento do Ibope, Silvia Cevellini.

A maior parte dos recursos que passaram a ser investidos foi destinada à caderneta de poupança - a opção de 44% dos entrevistados, ante 35% na pesquisa anterior. Outro destaque foram os fundos de previdência, cuja participação aumentou de 2% para 7%, conforme a pesquisa.

Os fundos de investimento tradicionais também aumentaram a presença entre a população e hoje são o destino de 7% dos que declaram investir, alta em relação aos 4% anteriores. Em termos proporcionais, no entanto, a parcela de pessoas que declarou aplicar a maioria dos recursos em fundos caiu de 42% para 31%.

Essa redução é vista como um sinal de que o investidor busca uma maior diversificação para as aplicações, e não como uma eventual perda de competitividade dos fundos em relação a outros produtos de investimento, segundo a diretora executiva da Santander Asset Management e diretora da Anbima, Luciane Ribeiro. "Nos últimos anos, o patrimônio da indústria de fundos só aumenta", destacou.

Taxas

A pesquisa revelou ainda que o investidor está mais atento às questões relativas à taxa de administração dos fundos. O porcentual dos 604 entrevistados pelo Ibope que considera as taxas como principal desvantagem da aplicação em fundos subiu de 11% para 18%. O risco de perdas ainda é a maior preocupação para 34% dos pesquisados, ante 35% do levantamento anterior.

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A Anbima defende que as taxas vêm caindo ao longo dos anos. A diretora da associação que representa o setor creditou o aumento do receio do investidor ao maior nível de informação sobre o assunto, tanto por conta da maior cobertura da mídia como pelas iniciativas da própria Anbima de tornar mais clara a divulgação dos custos de se investir em fundos. "É com essa realidade que a gente quer conviver", defendeu, durante entrevista coletiva realizada hoje durante o congresso de fundos de investimento realizado pela entidade, em São Paulo.

 

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