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Metade das empresas fecha em três anos

Segundo o IBGE, 48% das companhias abertas de 2007 e 2010 deixaram o mercado

Por Fernanda Nunes e RIO
Atualização:

Quase metade das empresas brasileiras abertas no País não sobrevive aos primeiros três anos de vida, segundo a pesquisa Demografia das Empresas, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das empresas abertas entre 2007 e 2010, 48,2% fecharam antes de completar 36 meses.O Brasil tinha 4,5 milhões de empresas ativas em 2010, com idade média de 9,7 anos, segundo a pesquisa. Naquele ano, o número de empresas registradas superou em 6,1% o total de 2009, o que indica um acréscimo de 261,7 mil companhias à economia brasileira.A maior parte das novatas era de pequeno porte - foram elas justamente as que lideraram o encerramento das atividades no período analisado. "As empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer mais tempo no mercado, pois os custos de saída costumam ser elevados", informa o IBGE. Nas empresas individuais, que não empregam nenhum funcionário, o instituto aponta que a taxa de mortalidade é ainda maior: 54,7% deixam de existir após três anos.Em 2010, a taxa de saída (porcentual de empresas que saíram do mercado em relação ao total de empresas ativas) passou de 17,7%, em 2009, para 16,3%, no ano seguinte.A mortalidade das empresas caiu mais no Norte e no Nordeste - no entanto, a taxa de fracasso nas duas regiões continuou a superar a média nacional (20,1% e 17,4%, respectivamente).O Brasil soma 33.320 empresas de alto crescimento - que apresentam alta no pessoal ocupado igual ou superior a 20% num período de três anos -, segundo o IBGE. Elas representam 0,7% do total das pessoas jurídicas abertas no País. O número de vagas abertas nas empresas de alto crescimento saltou de 1,8 milhão, em 2007, para quase 5 milhões de pessoas, em 2010 - alta de e 175,4%. No mesmo período, o volume de empregos nas empresas aumentou 21,7%, em média, para 30,8 milhões. Contratações. Pela primeira vez desde 2008, quando iniciou a série histórica da demografia das empresas, o IBGE registrou, em 2010, a marca de pelo menos um emprego formal gerado para cada empresa que entrou no mercado. Foram 999,1 mil novas empresas, que geraram um total de 1,03 milhão de vagas.O maior número de postos de trabalho entre as estreantes foi criado no segmento do comércio, com 364,7 mil novas ocupações, o equivalente a 35,6% do total. Em seguida, vieram a indústria de transformação, com 152 mil postos de trabalho (14,8%), e a construção civil, com 150,3 mil (14,7%). Em todo o Brasil, as empresas empregavam 37,2 milhões de pessoas, sendo 30,8 milhões (82,9%) assalariados e 6,4 milhões (17,1%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 566,1 bilhões, com um salário médio mensal de R$ 1.357,99, equivalente a 2,9 salários mínimos médios mensais. "Em um ambiente econômico favorável, as novas empresas acabaram criando mais empregos", disse a gerente de Análise do Cadastro Central de Empresas (Cempre) do IBGE, Denise Guichard. "Mas a dificuldade de continuar no mercado permaneceu." O IBGE estima que 736,4 mil empresas fecharam as portas em 2010 - o número ainda é menor do que o de companhias estreantes, tornando o saldo de criação de empresas positivo.

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