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Metade dos argentinos já vive abaixo da linha da pobreza

Por Agencia Estado
Atualização:

O desemprego, que alcançou em maio níveis jamais vistos na história argentina, chegando a 21,5% da população economicamente ativa (PEA), não é o único flagelo nem o último dado estatístico assustador da Argentina. Números oficiais do Instituto Nacional de estatísticas e Censos (Indec) sobre a situação social do país, divulgados ontem à noite, mostram que quase metade (49,7%) dos 36 milhões de argentinos vive abaixo da linha da pobreza, enquanto que 27% se encontram em níveis de indigência. "Essas cifras mostram o pior momento da história argentina", resumiu hoje cedo o chefe de gabinete da Presidência, Alfredo Atanasof. Pior, além dos mais 3 milhões de desempregados, outros 5 milhões de argentinos têm trabalho precário ou estão buscando um novo ou emprego melhor. Ainda de acordo com o recente estudo do Indec, uma espécie de IBGE argentino, o subemprego já atinge 12,7% dos argentinos, taxa com a qual as pessoas que enfrentam problemas trabalhistas na Argentina já somam 34,2% da população. O relatório oficial do Indec atribui ao crescimento da pobreza o aumento dos preços dos alimentos, que, segundo o instituto, já é de 62% no decorrer deste ano. Para o Indec, esse fato é um dos principais responsáveis pelo aumento da pobreza no país. Pobre, para o Indec, é considerado o indivíduo ou a família cuja renda mensal não atinge 570 pesos (ou US$ 156,00 pela cotação de hoje de manhã), enquanto que os indigentes são aqueles que não ganham ou recebem mais do que 100 pesos (ou US$ 27,40). O Indec faz levantamentos semestrais sobre desemprego e pobreza. Há um ano, a taxa de desemprego era de 12,4%. Depois, em outubro do ano passado, a desocupação já atingia 18,3% da PEA, que representa 44% da população total do país. Isso significa que entre maio de 2001 e maio deste ano, 750 mil pessoas perderam seus empregos. Nas últimas semanas, antes do anúncio oficial da taxa de desemprego, os institutos independentes e universidades já apontavam para uma taxa de 22% da PEA, embora outros especialistas indicassem 30%. Outro dado que mostra a delicada situação social do país é que 25,7% dos que ainda têm um emprego ganham menos do que 200 pesos (US$ 54,80) por mês.

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