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Metalúrgicos da Multibrás mantêm ocupação de fábrica em SP

Funcionários ameaçaram também protestar na unidade de Rio Claro da empresa

Por Agencia Estado
Atualização:

Após reuniões e muito protesto realizado na tarde desta terça-feira, 16, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi das Cruzes e Região, Eleno Bezerra, declarou à Agência Estado que a ocupação da fábrica Whirlpool (dona no Brasil da Multibrás), no Jardim Santa Emília, zona sudeste da capital paulista, pelos metalúrgicos não tem data para terminar. "Ficaremos até haver um entendimento." A ocupação começou na segunda-feira, em razão do anúncio feito pela empresa da demissão de 450 funcionários e a transferência de outros 150 para a unidade de Rio Claro, no interior paulista. Eleno ameaçou ainda "fazer barulho na fábrica de Rio Claro para atrapalhar a produção". "Se não conseguirmos resolver a situação aqui em São Paulo, nós (metalúrgicos) faremos um protesto na unidade de Rio Claro para fazer barulho e atrapalhar a produção." Segundo ele, os metalúrgicos obtiveram nesta terça pouco resultado. "Hoje foi uma dia de muita reunião, muita confusão e quase nada de resultados. Tivemos reunião de manhã com a empresa, onde eles ofereceram mais quatro meses de convênio médico e mais quatro meses de cesta básica. Nós rejeitamos e resolvemos fazer um protesto no escritório central", informou o presidente, se referindo ao protesto já programado para a tarde desta terça. De acordo com o presidente do sindicato, após o protesto o superintendente da empresa garantiu uma nova proposta aos trabalhadores, que será apresentada na manhã de quinta-feira. Na quarta o protesto continua e deve ganhar reforços. Aproximadamente 300 trabalhadores das empresas Anthes, Driveway, MontSant e P.S. Indústria e Comércio, cujos operários também são ligados ao sindicato, vão parar a produção na manhã de quarta como forma de solidariedade aos trabalhadores demitidos da fábrica Whirlpool. Estes trabalhadores irão comparecer à fábrica, já desativada na segunda-feira, às 7h30, onde será feito um novo ato de protesto. "Amanhã os trabalhadores dessas quatro empresas vão parar em solidariedade aos demitidos, e irão, junto com eles, fazer um ato de repúdio à Multibrás, aos norte-americanos, à forma como eles estão tratando os nossos trabalhadores", disse o presidente do Sindicato. Os metalúrgicos lutam para conquistar, durante doze meses, um salário por ano trabalhado e sem teto, cesta básica, assistência médica e 200 horas de curso para recolocação profissional. Aos transferidos, o sindicato negocia, ainda, garantia de estabilidade e pagamento de aluguel durante um ano.

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