Publicidade

Metalúrgicos de SP temem a volta da inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

O deputado estadual Cláudio Magrão de Camargo Cre (PPS), presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, que reúne 51 sindicatos do Estado e representa cerca de 700 mil trabalhadores, afirmou hoje que existe "uma preocupação muito grande" do movimento sindical com o risco de retomada da inflação no Brasil. "Há 18 anos a inflação girava em 50%, chegou até a 113%, mas nos últimos anos nos acostumamos com inflação de 7% , 8%. Só que nos últimos quatro meses atingimos toda a inflação do ano passado. Não há como não se preocupar com a possibilidade de que a inflação comece a galopar novamente nesse País", disse. Para ele, o movimento sindical sabe que a inflação é devastadora para o mercado de trabalho. "Atrás da inflação vem a recessão e vem o desemprego", disse. Magrão está reunido com dirigentes sindicais que integraram a comissão de negociação salarial dos 51 sindicatos ligados a Federação no dissídio coletivo do ano passado. Eles discutem uma campanha salarial de emergência, que as principais centrais sindicais do País pretendem iniciar para garantir a reposição das perdas salariais das categorias que tiveram dissídio coletivo nos últimos meses do ano passado. De acordo com os sindicatos, nos últimos quatro meses o que eles chamam de "bolsa inflacionaria" provocará, até o fim de fevereiro, uma corrosão de 10% nos salários. "A reposição salarial dos metalúrgicos em novembro foi de 10%. Com essa inflação, toda a reposição já foi perdida", disse. O presidente da Federação dos Metalúrgicos de São Paulo garantiu que a campanha de emergência não implica risco de mudança nas regras da atual política de dissídios coletivos anuais. "Nós tivemos há pouco o aumento do gás, da gasolina, do telefone e da cesta básica. Isso precisa ser reposto, embora nós estejamos com o governo federal, nem passe pela nossa cabeça no momento mudar as regras do jogo", afirmou. Magrão defendeu, antes da reunião, as recentes medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em especial o aumento do superávit primário - de 3,75% para 4,25%. "Acredito que qualquer governo que pegasse o Brasil do jeito que pegou teria de tomar as mesmas medidas, mesmo que o discurso do PT antes de ser governo fosse exatamente o contrário das medidas anunciadas ontem. Um corte de R$ 14 bilhões no orçamento é pesado, mas vamos torcer para que dê certo", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.