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Metas de inflação não mudaram, diz Fraga

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, reafirmou que o sistema de metas de inflação é o instrumento mais adequado para um país com as características do Brasil. Ao falar para um grupo reunido em um café da manhã organizado pela Ordem dos Economistas em São Paulo, Fraga foi enfático ao dizer que o sistema de metas não mudou. "As metas não mudaram; nosso comportamento não mudou", disse, como uma provável resposta às especulações de que o Banco Central não estaria mais conduzindo a política monetária de olho no centro da meta de inflação, de 3,5%, para este ano. O presidente do BC disse que a ata da última reunião do Copom que será publicada nesta quinta-feira deve ser lida com atenção, à medida que ela detalhará a interpretação do BC. Segundo ele, a autoridade monetária está apenas reagindo às condições presentes no ambiente. Fraga disse ainda que neste último fim de semana fez uma revisão das duas últimas atas do Copom e também da carta enviada ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, com as justificativas do não cumprimento da meta em 2001. Segundo ele, um dos pontos mais interessantes em discussão no momento é o tratamento que deve ser dado pela autoridade monetária a eventuais choques. Para não cair na "tentação do curto prazo", chamadas pelos economistas como inconsistência interporal da política monetária, Fraga disse que o sistema de metas procura ser uma solução. "O sistema tem a flexibilidade necessária para enfrentar esses choques e evitar uma volatilidade desnecessária do produto", afirmou. Na opinião do presidente do BC, um bom teste para avaliar as consequências de choques é a adoção do exame da trajetória mais longa da taxa de inflação. Países como o Canadá, de acordo com ele, se valem desse tipo de exame para checar se as expectativas estão convergindo para a meta. Fraga, no entanto, não foi claro se adotou esse exame da trajetória longa da inflação para avaliar se a meta será alcançada. Isenção da CPMF para bolsa O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, também voltou a destacar, na palestra que fez hoje cedo em São Paulo, a importância da possível aprovação da isenção da CPMF para a bolsa nesta semana como instrumento que permitirá o aumento da poupança interna do País. O mesmo projeto sobre a CPMF, segundo Fraga, ainda inclui outros pontos que são importantes para o desenvolvimento do País: a secutirização imobiliária; securitização de créditos em geral e a criação das clearings. Exportação Armínio Fraga, manifestou a esperança de que o Brasil esteja vivendo o início de um período semelhante ao dos anos 70 de crescimento das exportações. Fraga elogiou o verdadeiro mutirão feito pelo governo e empresários para impulsionar as exportações, que, segundo ele, são amparadas pela taxa de câmbio flutuante. Os jornais de hoje, de acordo com ele, listam uma série de setores que estão aumentando suas vendas ao exterior. Ele citou os setores de brinquedos, automóveis e fabricantes de pasta de dente como exemplo. Fraga elogiou ainda a abertura de uma fábrica de computadores no Sul do País e um contrato assinado pela Vale do Rio Doce com a Colômbia. "Trata-se de uma postura mais competente, mais agressiva, do Brasil para aumentar as exportações", afirmou. Ele elogiou ainda o aumento de usuários de ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio), destacando o fato de que o crescimento está ocorrendo entre pequenas e médias empresas. O presidente do BC também destacou como positivos os mecanismos criativos de financiamento que estão sendo utilizados para a captação de recursos pelas empresas nacionais, citando inovações como securitização de recebíveis e as garantias de fluxos de caixa futuros.

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