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Mexer no teto é caminhar para uma Argentina em pouco tempo, diz consultor

Para diretor da Consultoria de Orçamento da Câmara, Ricardo Volpe, defender flexibilização é 'falta de conhecimento'

Por Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - O diretor da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara, Ricardo Volpe, disse ao Estadão/Broadcast que flexibilizar o teto de gastos significa "caminhar para uma Argentina em pouco tempo". Para ele, quem defende essa medida o faz por "falta de conhecimento".

Em crise, a Argentina enfrenta dificuldades para controlar a hiperinflação e teve de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir ajuda financeira enquanto tenta implementar reformas.

Presidente argentino Mauricio Macri em encontro com o presidente Jair Bolsonaro em Brasília, em janeiro de 2019 Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão

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"Quem defende (flexibilização) esquece de mencionar que tal proposta implica em elevar a carga tributária e fazer um ajuste fiscal insuficiente para passar por qualquer mudança negativa do cenário externo", adverte Volpe. Para ele, o teto é um importante instrumento para manter a dívida pública sob controle.

Segundo Volpe, é necessário manter o teto de gastos e fazer um ajuste duro nas despesas obrigatórias, que incluem benefícios previdenciários, assistenciais e salários ao funcionalismo, para conseguir manter o nível de discricionárias, despesas que garantem o funcionamento da administração pública.

"O remédio agora é amargo, não homeopático. Ou vamos esperar o choque externo e ir para o FMI para impor medidas amargas ou ortodoxas. Não estou sendo pessimista, infelizmente realista. Precisamos agir logo, ou o ano que vem vai ser um efeito em cascata de quebradeira dos entes e da União", diz o diretor.

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