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Mexicana Homex é a referência

Modelo de construção da empresa inspira brasileiras

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A mexicana Homex, empresa especializada em construção popular - prestes a entrar no mercado brasileiro -, tornou-se a grande referência do setor no Brasil. O sistema de controle de custos da MRV foi inspirado no da Homex. "A turma daqui foi para o México conhecer o centro de tecnologia da informação do grupo. Eles abriram muita coisa pra gente", conta Rubens Menin, fundador da MRV. A economia de escala só é possível porque a construtora trabalha com uma lista restrita de fornecedores. Cerca de 90% dos insumos vêm de apenas 120 fornecedores. As construtoras voltadas para a alta renda usam um número quase dez vezes maior. Trata-se de uma linha de produção. A MRV tem apenas três tipos de projetos: prédios até cinco andares, com apartamentos de 40 m² a 55 m²; edifícios com áreas de lazer; e casas de até 120 m². "Como tem fornecedores cativos, consegue padronizar e ganhar agilidade", explica Eduardo Chehab, analista da Standard & Poor?s. O mundo inteiro busca desenvolver tecnologias e novos materiais para baratear a construção popular, diz o coordenador do núcleo de real state da Poli/USP, João Lima Júnior. "Mas a disciplina no processo de construir tem se mostrado muito mais importante que as tecnologias. Obras produtivas e com planejamento sofisticado são mais relevantes do ponto de vista de redução de custo", diz o especialista. A MRV não é a única a adotar esse modelo. A Tenda e a Rodobens, duas das suas principais concorrentes diretas, também têm obras padronizadas. A diferença é que as margens de lucro da MRV têm sido maiores até agora. Não existe um único modelo de construção para a baixa renda. A MRV e a Rodobens preferem construir, incorporar e vender boa parte do que lançam no mercado. "A maioria acha que construir é commodity. Mas eu acho isso uma balela. Baixa renda não se faz assim", diz Menin. "Entre as grandes, só nós e a Rodobens temos tudo integrado." A Tenda foi no caminho oposto. Mais uma vez, a mexicana Homex é a referência. A empresa se inspirou no modelo de construtoras franqueadas. No caso da Tenda, elas trabalham em regime de exclusividade por cinco anos. Hoje, a empresa brasileira tem mais de 30 parceiras do tipo. "Todo mundo quer ir para a baixa renda. Mas nem todos sabem fazer com competência econômica e margem", diz Menin. "Vão sobrar entre cinco e sete empresas. Não sei quais serão, mas estou brigando para estar entre elas."

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