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México descola da AL e já mostra sinais de crescimento

Por Agencia Estado
Atualização:

O México, cuja economia vinha se arrastando desde o quarto trimestre de 2000, começa a descolar dos problemas da maioria dos países da América Latina ao dar os primeiros sinais de recuperação. Embora existam divergências quanto à magnitude, o Produto Interno Bruto (PIB) do país poderá crescer este ano entre 1,3% (estimativa do escritório de consultoria Sistema de Informação Regional de México) e 1,74% (segundo a Merrill Lynch). O Colégio de Nacional de Economistas (CNE, uma espécie de Conselho Federal de Economistas), no entanto, estima que essa expansão está em risco e o México poderá fechar o ano com crescimento zero. Analistas coincidem, porém, em que uma recuperação maior aos patamares de 1,8% este ano dependerá quase que totalmente do comportamento da economia norte-americana, que absorve hoje entre 80% e 90% das exportações mexicanas. Embora o México tenha crescido 2,1% no segundo trimestre deste ano, a taxa anualizada não deverá se alterar até o final do ano devido à desaceleração da economia norte-americana. Apesar dessa expansão nos três primeiros meses do ano, o PIB per capita continua estagnado. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, Geografia e Informação (Inegi), a renda per capita mexicana continua em 61.340 pesos (US$ 6.140,00) no primeiro semestre deste ano. Essa cifra mostra um incremento real de apenas 0,7% em comparação com o registrado no mesmo período de 2001, quando a renda por habitante estava em 168 pesos (US$ 16,8) por dia, ou 4,2 vezes o salário mínimo. Apesar disso, o México continua tendo o maior PIB per capita da América Latina. No Brasil, por exemplo, a renda per capita não passa de US$ 3 mil e, no Chile, de 3,99 mil, de acordo com a última pesquisa sobre competitividade mundial. Comparando com seus principais parceiros comerciais, a renda per capita do México equivale a 1/5 da norte-americana (US$ 35,83 mil) e a 28% da canadense (US$ 22,57 mil), sempre de acordo com o Inegi. Desemprego Em dois anos de governo Vicente Fox, completados no final de agosto, o México captou US$ 31 bilhões em investimentos estrangeiros diretos. Mas esse montante não impediu que o país perdesse, no mesmo período, 457,4 mil empregos, de acordo com a Secretaria do Trabalho e Previdência Social (STPS). Grande parte desses recursos (40,%) se referem exclusivamente à venda do Banamex, o primeiro do país, ao Citigroup. Dos quase 500 mil empregos perdidos, 52% correspondem à indústria da maquila de exportação, onde o desemprego atingiu cerca de 262 mil pessoas. Ainda na gestão Fox, outras 20 mil pessoas da administração pública passaram a engrossar as filas de desocupados. Mas o setor mais afetado com o desemprego é o da indústria da maquila, onde existem 262 mil pessoas desocupadas, de acordo com dados do Inegi. Contas externas A conta corrente do balanço de pagamentos no segundo trimestre deste ano acusou um déficit de US 3,5 bilhões, cifra que será financiada totalmente com recursos externos de longo prazo provenientes do setor privado. Só a remessa de mexicanos que moram no exterior nesse período somou US$ 2,578 bilhões, suficiente para financiar 85% do montante do déficit no balanço de pagamentos, de acordo com o Banco de México (central). No primeiro semestre o déficit em conta corrente foi de US$ 6,803 bilhões, montante equivalente a 2,1% do PIB. No mesmo período de 2001, havia sido de 2,8% do PIB. Ainda segundo o BC mexicano, as reservas internacionais do país mostraram um incremento de US$ 5,73 bilhões entre dezembro do ano passado e final de agosto. Com isso, as reservas já somam US$ 46,6 bilhões, a mais alta da história do México.

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