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México faz pleito sobre petróleo

Presidente Felipe Calderón quer aumentar participação de empresas privadas no setor

Por AP e Cidade do México
Atualização:

Os mexicanos expressaram diferentes sentimentos em relação ao referendo não-obrigatório realizado ontem no país, sobre uma maior participação das empresas privadas na indústria de exploração de petróleo mexicana, que é estatal. Poucos votantes compareceram ao plebiscito na Cidade do México e em nove dos 31 Estados do país - área governada quase exclusivamente pelo partido de oposição, o Partido da Revolução Democrática. A cédula de votação perguntava se o México deveria permitir que companhias privadas entrassem nos negócios de exploração, refino e distribuição de petróleo. O Partido da Revolução Democrática se opõe à proposta do presidente Felipe Calderón de afrouxar as restrições ao envolvimento de empresas privadas na indústria do petróleo, e conclamou os votantes a dizer "não". De acordo com o presidente Calderón, o México precisa permitir que empresas privadas ajudem o país a explorar as reservas de petróleo em águas profundas, porque a produção está em queda nos atuais campos mexicanos de petróleo, muitos dos quais têm produzido petróleo bruto por décadas. A proposta de Calderón deve passar pelo Senado, que parece difícil de ser influenciado pelos mais de mil pontos de votação. Em um dos pontos de votação da Cidade do México, apenas doze pessoas votaram até o meio-dia de ontem. Jose Fredy Casarrubias, de 50 anos, que planejava votar "não", disse que o referendo era um passo positivo para a democracia mexicana. "É um direito nosso ter a opinião ouvida. Não é direito do governo decidir o que fazer com algo que pertence a todos nós mexicanos." ORGULHO Segundo a Constituição do país, o petróleo pertence ao Estado e proíbe concessões a empresas privadas e de capital estrangeiro. O México nacionalizou a indústria de petróleo em 1938, que é considerada uma questão de orgulho nacional. Mas a estatal petrolífera, Petróleos Mexicanos (Pemex), tem feito a subcontratação de firmas privadas para alguns trabalhos durante anos, e a proposta de Calderón expandiria esse papel em áreas como exploração e refino. Atualmente, o México importa gasolina de uma refinaria do Texas em que possui participação. A Pemex não tem conseguido aumentar o refino no próprio país.

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