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Micro e pequena empresa reverte perda de empregos por pandemia e gera 293,2 mil novos postos

Enquanto isso, as médias e grandes empresas foram na direção contrária e encerraram 193,6 mil vagas; presidente do Sebrae diz que tem negociado com o governo soluções para ajudar os micro e pequenos

Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

As micro e pequenas empresas (MPE) conseguiram reverter a perda de empregos por conta da pandemia, sendo ainda as únicas a fecharem 2020, marcado pela covid-19, com saldo positivo no País. No vermelho até outubro, esses negócios inverteram o prumo e geraram 293,2 mil novos empregos no ano passado, mostra estudo do Sebrae obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast, e feito a partir de dados do Ministério da Economia.

Por sua vez, as médias e grandes empresas (MGE) caminharam na direção contrária e encerraram 193,6 mil postos de trabalho em 2020. Apoiado nos pequenos negócios, mostra o estudo do Sebrae, o Brasil gerou 142,7 mil empregos no ano passado.

Apesar das restrições, os micro e pequenos empresários se saíram melhor na pandemia. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a reação das micro e pequenas empresas já era esperada, considerando outras crises. "Nós já verificamos, em outros anos, que os pequenos negócios são os que reagem mais rapidamente a uma situação de crise, retomando a geração de novos postos de trabalho", afirma, em nota ao Estadão/Broadcast.

Ele diz que o Sebrae tem negociado com o governo federal e com o Congresso no intuito de encontrar soluções para manter o socorro a pequenos empreendedores uma vez que a pandemia não acabou, e os negócios ainda seguem com faturamento comprometido frente ao patamar pré-crise. Uma das saídas, afirma, é um remédio já usado no ano passado: crédito.

"Continuamos em busca de uma solução para o problema do crédito - com a aprovação do projeto de Lei que torna o Pronampe uma medida permanente - e estamos negociando pela extensão de medidas voltadas à manutenção do emprego", detalha o presidente do Sebrae.

No mês de dezembro, as micro e pequenas empresas foram o motor da geração de empregos no Brasil pela sexta vez seguida. Somados, os pequenos negócios criaram 22.731 postos de trabalho no período a despeito da pandemia. Segundo o Sebrae, os pequenos negócios foram os únicos a gerar empregos nesse último mês do ano, uma vez que as médias e grandes empresas mais demitiram do que contrataram no período. Como resultado, o Brasil perdeu 67,9 mil empregos em dezembro, mês importante para o comércio por conta das festas de fim de ano.

No detalhe

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Na análise por segmento, os pequenos negócios da construção civil foram responsáveis pela maior geração de empregos em 2020. Foram 136,5 mil novos postos, equivalente a 46,6% do total no ano. Na sequência, as micro e pequenas empresas do setor de serviços criaram quase 51 mil vagas em 2020.

Na contramão, as médias e grandes empresas, conforme estudo do Sebrae, só registraram saldo positivo de empregos na indústria de transformação, com 13 mil novas vagas.

Já na divisão por estados, Roraima liderou o ranking anual, com a proporção de 107,5 empregados por 1.000 empregos na região. Pará aparece em segundo lugar, com 79,01 postos por 1.000 trabalhadores.