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Microcrédito impulsiona trabalhador informal

Segundo o Itaú, 54% dos autônomos que buscam microcrédito mantêm seu negócio no mesmo endereço onde residem

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Por Redação
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Na primeira vez que tentou consertar uma sanfona, o baiano José Roberto Rebouças mais desafinou do que afinou o instrumento. Para se livrar do problema, contratou os serviços de um técnico. "Aí pensei: 'será que não sirvo para isso?'", disse ele. Mas o orgulho de ser dono do próprio negócio foi mais forte do que a frustração da primeira tentativa fracassada. "Eu trabalhava como ajudante. Nunca aceitei trabalhar como empregado para os outros. É até um pouco de orgulho meu, eu sei", diz ele. "Quando tudo deu errado, comprei uma sanfona. Desmontei o aparelho e aprendi. Sou autodidata."Rebouças nasceu na cidade de Castro Alves e mora, há 22 anos, no distrito de Capão Redondo. Depois de anos de experiência, comemora o aumento na procura pelo serviço. "Cada conserto de sanfona custa R$ 500", diz. Por semana, duas são consertadas.O Capão Redondo é um dos distritos mais pobres e populosos de São Paulo. Nele, vivem pouco mais de 270 mil pessoas, cuja renda per capita é de R$ 1.850. Lá, sobram exemplos de trabalhadores autônomos que melhoraram de vida nos últimos anos com o boom pela procura por serviços. Na sua maioria, os pequenos empresários não têm firma aberta, e a única forma de ter crédito para expandir o negócio é por meio do microcrédito."Vários empreendedores têm crescido e buscado crédito para que esse crescimento possa ser constante e significativo na vida deles", diz Eduardo Ferreira, superintendente de Microcrédito do Itaú. O banco atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Pelo levantamento do Itaú, 54% dos clientes que buscam o microcrédito no banco mantêm seu negócio no mesmo endereço onde residem. A busca por capital de giro é o principal motivo que leva 63% dos empreendedores a buscar recursos do Itaú Microcrédito. "O crédito é feito in loco, e a gente tenta entender a história desse cliente para conceder o crédito", diz Ferreira.Bradesco e Santander também oferecem o microcrédito. "Esse empreendedor não tinha acesso ao crédito e não se desenvolvia. O microcrédito produtivo e orientado veio para suprir isso", diz Jerônimo Ramos, superintendente do Microcrédito do Santander. / L.G.G.

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