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Miguel Jorge: balança não sofrerá com embargo da UE

Por Paula Puliti
Atualização:

O embargo da carne brasileira pela União Européia (UE) não vai alterar as projeções das exportações brasileiras em 2008. Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, a União Européia não é grande importadora da carne brasileira, absorvendo apenas 6% do total exportado. Além disso, os brasileiros intensificaram a procura por outros mercados, como o Oriente Médio, a Ásia e a Europa fora da UE, para substituir as vendas embargadas. Jorge acredita que esse processo de substituição não levará muito tempo, "porque o mundo tem de comer", o que é uma vantagem que o Brasil tem por ser exportador de alimentos. O ministro afirmou que hoje há exportadores brasileiros viajando para o Oriente Médio para fazer novos negócios com a carne. Miguel Jorge descartou qualquer possibilidade de o Brasil retaliar a União Européia por causa do embargo e afirmou que a procura de novos mercados não significa retaliação, até porque não está claro que o Brasil tenha feito a lição de casa corretamente. "A política de novos mercados apenas ganhou mais intensidade", afirmou ele. Para Jorge, a competição é muito forte. Ele disse que esteve na Inglaterra no fim do ano passado e assistiu, na TV, à propaganda irlandesa contra a carne brasileira. "Muito agressiva e dizia coisas absolutamente mentirosas, como que o zebu não é boi." O fato, no entanto, é que não cabe retaliação porque a Organização Mundial do Comércio (OMC) não prevê isso. Havia o direito da lista, "mas nós não fizemos o que deveria ter sido feito e o próprio Ministério da Agricultura disse que foi feito sem controle." Jorge também não acredita que o episódio do embargo da carne pela UE manche a imagem do Brasil no exterior. "É uma questão pontual e específica de determinada região do mundo que é altamente protecionista, e todo mundo desconfia de quando uma região altamente protecionista toma uma medida protecionista", disse.

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