Publicidade

Miguel Jorge: governo pode restringir capital externo

Por LUCIANA XAVIER E PAULA PULITI
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, admitiu hoje que o governo poderá adotar medidas para restringir o capital estrangeiro especulativo caso o dólar caia ainda mais em relação ao real diante da obtenção de grau de investimento pelo Brasil. O ministro, no entanto, fez questão de ressaltar que não espera por uma "enxurrada de dólares" no País e, portanto, não coloca a adoção de medidas cambiais em seu cenário básico. "As avaliações aqui no Ministério indicam que não haverá uma enxurrada. Primeiro, porque já houve uma enorme entrada de investimentos diretos no Brasil nos últimos dois anos. Somos o segundo maior país em recebimento de investimentos (estrangeiros) diretos (IED) entre os emergentes. Segundo, porque há uma liquidez muito menor no mundo com a crise do subprime (hipotecas de segunda linha nos EUA), em que os bancos e fundos encolheram muito as perspectivas para investimentos", explicou o ministro, durante entrevista à Agência Estado. Desde a elevação do Brasil à categoria de país seguro para se investir pela Standard & Poor''s, na quarta-feira da semana passada (dia 30), o mercado espera pelo ingresso significativo de dólares no País e teme a adoção de medidas de restrição ao capital estrangeiro, embora a possibilidade já tenha sido negada pelo governo. "Nas condições atuais isso não é necessário e, portanto, não acredito que seja feito. Eventualmente se as nossas avaliações estiverem erradas e houver a tal enxurrada, e eu insisto que não há a possibilidade de que isso ocorra, certamente o Ministério da Fazenda e o Banco Central terão medidas como aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ou outro imposto qualquer sobre o capital especulativo. Porque o capital que vem para investir em produção não deveria sofrer taxação", afirmou o ministro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.