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Miguel Jorge não vê problema em fusão Perdigão e Sadia

Para ministro do Desenvolvimento, união das duas companhias não enfretará problemas no Cade

Por Jamil Chade e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, afirmou nesta quarta-feira, 20, em Istambul que não acredita que a fusão entre a Perdigão e a Sadia represente um problema de concentração. "Não acredito que haverá problema no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)", afirmou o ministro que chegou no início da tarde à Turquia, em visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Miguel Jorge, a fusão irá ampliar as exportações brasileiras de frango do País.

 

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Os advogados da Sadia e da Perdigão se anteciparam e apresentaram, na semana passada, a estrutura da Brasil Foods para o presidente do Cade, Arthur Badin, e para a titular da Secretaria de Direito Econômico (SDE), Mariana Tavares.

 

A Brasil Foods (BRF) tem até 9 de junho (15 dias úteis a partir da data de assinatura do contrato) para apresentar o negócio oficialmente para as entidades que fazem parte do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência: Cade, SDE e Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae).

 

A partir dessa apresentação, as empresas começarão a negociar um Acordo de Preservação de Reversibilidade de Operação (Apro). O acordo vai estabelecer o grau de integração que poderá ser aplicado enquanto o Cade analisa e julga a operação, processo que deve levar um ano.

 

Nas negociações para a assinatura do Apro, a BRF pretende mostrar que, apesar de liderar em diferentes categorias do mercado de alimentos industrializados, seus concorrentes não são nada desprezíveis. Grandes multinacionais de alimentos, como Tyson Foods (maior processadora de carnes do mundo e que adquiriu, no ano passado, três avícolas no Sul do País, incluindo a Macedo), Cargill (dona da marca Seara) e Bunge (que atua no mercado de margarinas com a marca Delícia ) operam livremente no País, junto com outros concorrentes nacionais.

 

Crise

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Miguel Jorge afirmou ainda que acredita que o pior momento da crise já passou e previu um crescimento de 2% para o PIB em 2009. "Acredito que a parte mais grave já foi superada, inclusive com a melhor perspectiva de outros mercados", afirmou, fazendo referência ao crescimento da China e ao efeito que isso pode ter nas exportações brasileiras.

 

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou ao presidente Lula que acredita que o comércio bilateral entre os dois países tem o potencial de se multiplicar por cinco, atingindo US$ 10 bilhões. Ele não deu um prazo para esse aumento, mas o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acredita que esse crescimento pode acontecer nos próximos quatro ou cinco anos. Lula se reuniu nesta quarta com Erdogan, em Istambul, e nesta quinta-feira participa de um seminário com empresários.

 

Na sexta-feira, Lula segue para Ancara, capital da Turquia. No programa, está a assinatura de um acordo entre a Petrobras e a empresa estatal turca de petróleo TPOA para investimentos estimados em US$ 830 milhões.

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