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Miguel Jorge: nenhum banco está em risco de quebrar

Por DENISE CHRISPIM MARIN E TÂNIA MONTEIRO
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou hoje, no Palácio do Planalto, que nenhum banco brasileiro está em risco de quebrar. "O sistema é muito fiscalizado e regulado", sustentou, ao ser questionado sobre as razões que levaram o governo a publicar a Medida Provisória 443, que autorizou a aquisição de ações de instituições financeiras por parte do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Sua declaração reforçou a tese defendida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao explicar ontem a MP. A medida seguiu a diretriz adotada pelo governo britânico há 14 dias. A MP, explicou Miguel Jorge, será um instrumento válido para casos isolados de instituições que venham a apresentar problemas e não promoverá uma "nacionalização" de bancos brasileiros. "Ninguém vende um banco por obrigação. É como a venda de automóvel. Só não se anuncia o produto no jornal", comparou, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebia o rei da Jordânia, Abdullah II. Para Miguel Jorge, a instabilidade verificada ontem na Bovespa, que fechou com queda de 10,18%, decorreu da incompreensão de seus agentes sobre o teor da MP. "Inexplicavelmente, os agentes do mercado brasileiro não souberam ler a MP", afirmou. "Uma MP não tem de ser bem explicada ou mal explicada. Se a MP está publicada (no Diário Oficial da União), os especialistas do mercado são capazes de compreendê-la. Nesse mercado, ninguém pode achar. Quem segue o ''achômetro'' cai do cavalo", completou. Miguel Jorge acentuou que os mercados estão se movendo no mundo todo em "absoluta irracionalidade". As oscilações no mercado cambial estão, em seu ponto de vista, corroendo os possíveis ganhos que o setor exportador poderia obter com a desvalorização da moeda nacional. Esse impacto deverá ser observado na balança comercial apenas no final do primeiro trimestre de 2009, quando forem realizados os contratos de exportação e de importação que vierem a ser fechados neste momento de instabilidade. Entre eles, os da safra agrícola 2008-2009, que estão em negociação. "Ninguém fecha contrato com essa instabilidade", afirmou.

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