Cenário: Filipe DominguesA estimativa do governo dos EUA de estoques de milho no país mais baixos do que o mercado esperava impulsionou ontem os preços internacionais do grão. O relatório trimestral de estoques do Departamento de Agricultura dos EUA apontou que, em 1º de março, as reservas do país totalizavam 152,7 milhões de toneladas, volume 8% menor do que um ano atrás. Analistas previam, em média, 156,2 milhões de toneladas. Com isso, fortaleceram-se as preocupações com a oferta no curto prazo e as cotações deram um salto na Bolsa de Chicago. Os lotes do grão para entrega em maio fecharam em alta de 6,62%, cotados a US$ 6,44 por bushel. A valorização do milho parou no limite de oscilação diária determinado pela bolsa, de US$ 0,40. Portanto, o mercado fechou na máxima.Movimento semelhante foi observado nos mercados de trigo e soja. Mas, nestes casos, o dado que puxou as cotações foram estimativas oficiais de área plantada. A área prevista para o cultivo de soja é 1% menor do que no ano passado, pois o plantio de milho está mais vantajoso para o produtor neste momento. A ideia de que haverá menos soja nas lavouras fez o preço subir 3,61%.O governo americano estima também que a área plantada com trigo de primavera será 3% menor do que no ano passado. Isso se somou à influência positiva dos outros grãos e fez o trigo avançar 7,76% em Chicago. Investidores e analistas acreditam, no entanto, que os grãos podem ter subido demais, de modo que alguma correção deve ocorrer na semana que vem.