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Militares aumentam fatia e Defesa já tem o 4º maior orçamento da Esplanada

Verba prevista para as Forças Armadas é de R$ 11,8 bi, acima da dotação de R$ 10,1 bi que consta no Orçamento deste ano para as despesas discricionárias; nesses gastos não estão incluídos os pagamentos dos soldos de militares e pensões

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - Beneficiados ao longo de todo o governo Bolsonaro, os militares conseguiram ampliar o espaço no Orçamento de 2022 para gastos com investimentos e custeio da máquina. No projeto enviado nesta terça-feira, 31, ao Congresso, o Ministério da Defesa ocupa o quarto lugar na lista dos ministérios com mais recursos, atrás apenas da Educação, Saúde e Economia.

A verba prevista para as Forças Armadas é de R$ 11,8 bilhões, acima da dotação de R$ 10,1 bilhões que consta no Orçamento deste ano para as chamadas despesas discricionárias (que incluem investimentos). Nesses gastos não estão incluídos os pagamentos dos soldos de militares e pensões.

Ministério da Defesa ocupa o quarto lugar na lista dos ministérios com mais recursos Foto: Sergio Dutti/AE

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O Ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, ficou com apenas R$ 4,5 bilhões, menos da metade do previsto para este ano, de R$ 9,5 bilhões.

Em 2020, primeiro ano da pandemia, Marinho, que é desafeto declarado do ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu empenhar R$ 13,4 bilhões em despesa. Político experiente com grande articulação no Congresso, o ministro do Desenvolvimento vem conseguindo ampliar os recursos para o seu ministério, que cuida de obras e também do programa habitacional Casa Verde Amarela, por meio de emendas para a sua área com negociação direta no Congresso, inclusive, as chamadas emenda de relator, base do orçamento secreto, revelado pelo Estadão.

O ministério de Guedes ficou com o terceiro maior orçamento, com 12,2 bilhões, acima dos R$ 8 bilhões deste ano. O aumento está relacionado ao pagamento de compromissos com organismos multilaterais, parte deles em atraso. Além disso, pesa o custo dos sistemas para a Receita, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e o Tesouro, além do Proex (programa que financia as exportações).

Na contramão dos militares, o orçamento do Ministério de Minas e Energia, que cuida das medidas para o enfrentamento da pior seca em 91 anos e o risco de apagão, caiu de R$ 5 bilhões para R$ 1,37 bilhão. Também perdem recursos Agricultura e Cidadania (que faz a gestão do programa Bolsa Família). Comunicações e Trabalho, o novo ministério de Onyx Lorenzoni, ficaram com verbas praticamente no mesmo patamar.

O Ministério da Saúde, que tem o segundo maior Orçamento, ficou com R$ 17,3 bilhões, menor do que o Orçamento deste ano (R$ 23,4 bilhões). Mas o Congresso sempre aumenta os recursos na votação da lei orçamentária por meio de emendas parlamentares.

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Os gastos de investimento e custeio para educação foram previstos em R$ 21,25 bilhões, valor maior do que os R$ 19,8 bilhões de 2021.

O Ministério de Ciência e Tecnologia conseguiu aumentar os recursos de R$ 2,6 bilhões para R$ 6,57 bilhões. O dinheiro para o ministério da Justiça e Segurança Pública subiu de R$ 400 milhões, de R$ 2,4 bilhões para R$ 2,8 bilhões.

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