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Militares ocupam refinarias da Petrobras na Bolívia

A tomada das refinarias e dos postos ocorreu depois que o Governo anunciou a nacionalização dos hidrocarbonetos

Por Agencia Estado
Atualização:

Militares e funcionários da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) ocuparam hoje duas refinarias da Petrobras e cerca de 50 postos de gasolina particulares de empresários bolivianos. A ocupação foi anunciada pelo vice-presidente da Bolívia, Alvaro García Linera, durante um discurso por ocasião do Dia do Trabalho ocorrido na principal praça de La Paz. A tomada das refinarias e dos postos ocorreu depois que o Governo anunciou a nacionalização dos hidrocarbonetos. "Nestes minutos, na cidade de Cochabamba e em Santa Cruz, (duas refinarias da Petrobras) estão sendo ocupadas e controladas pelas Forças Armadas e pela YPFB. Hoje as refinarias são de propriedade majoritária dos bolivianos", disse García Linera. Controle absoluto Morales assinou hoje um "decreto supremo" que nacionaliza e dá ao Estado o "controle absoluto" de todos os hidrocarbonetos. Isso significa que as empresas estrangeiras que operam na Bolívia deverão entregar toda sua produção à Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB, estatal) e regularizar em menos de 180 dias seus atuais contratos, ou terão que sair do país. As principais empresas petrolíferas que operam na Bolívia são a brasileira Petrobras, a espanhola Repsol YPF, as britânicas British Gas e British Petroleum e a francesa Total. O presidente socialista anunciou o confisco das ações necessárias de várias empresas mistas para que a YPFB tenha mais de 50% de participação, entre elas uma subsidiária da Petrobras Bolívia. "Acabou o saque de nossos recursos naturais por empresas estrangeiras", disse Morales, após ler o decreto em uma localidade do departamento de Tarija, no sul do país. Várias fontes diplomáticas consultadas pela EFE comentaram que o "decreto supremo" vai além do que previam, e que as petrolíferas estrangeiras não terão outra opção senão recorrer a arbitragens internacionais, ou sair da Bolívia. A nacionalização foi anunciada por Morales no campo de San Alberto - o mais rico da Bolívia -, operado pela Petrobras e situado na localidade de Carapari, cerca de 100 quilômetros ao sudeste da cidade de Tarija.

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