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Mineradora é criticada por atuação em fertilizantes

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e BRASÍLIA
Atualização:

A Vale foi criticada ontem pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, por não explorar todo o potencial de uma mina de potássio em Sergipe. A pressão de Stephanes vem em um momento em que o governo busca definir novas regras para o setor a fim de tornar o Brasil autossuficiente na produção de fertilizantes ou, pelo menos, deixar o País menos vulnerável à oscilação de preços e à disponibilidade de fornecimento externo."Isso (a concessão) foi entregue pela Petrobrás para a então estatal Vale do Rio Doce e, com a privatização, a empresa levou a jazida com ela", lembrou Stephanes. "Mas a Vale manteve apenas a produção em uma das faixas e não vai explorar as outras. Temos de ver como vamos agir em relação ao restante."O governo quer mudar a legislação mineral porque avalia que muitas empresas que têm concessão para explorar minérios estão "sentadas" sobre as jazidas. Enquanto isso, o Brasil importa a maior parte do produto para fins agrícolas. O caso do potássio é o mais preocupante, pois 91% da demanda brasileira é suprida por importações. Segundo Stephanes, cientes das condições frágeis dos importadores de matéria-prima para fertilizante, países produtores, como a China, por exemplo, já começam a exigir contrapartidas, além de limitar o fornecimento. Na segunda-feira, Stephanes e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, deverão entregar a proposta das novas regras para os fertilizantes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se aprovado, o anteprojeto de lei será encaminhado para análise do Congresso. O tema é tratado com urgência dentro do governo.Resposta. Em nota, a Vale rebateu as críticas do ministro ." Os comentários não condizem com a realidade dos fatos", diz a empresa, que alega ter aumentado "progressivamente" a produção de potássio desde que assumiu a operação da mina Taquari-Vassouras. "No ano passado, a única mina de potássio no País produziu cerca de 720 mil toneladas, aumento de mais de 400% em relação ao produzido em 1992, primeiro ano do contrato de arrendamento. Em valores atualizados, a empresa já investiu mais de US$ 500 milhões em melhorias na mina", alega a Vale.

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