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Mineradora se ajusta à realidade global

China é o único grande consumidor de ferro a aumentar o consumo

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Por Redação
Atualização:

O diretor executivo de Finanças da Vale, Fábio Barbosa, afirmou ontem que a mineradora vem trabalhando para se ajustar à nova realidade global do mercado de minério de ferro. Com a crise econômica, a China é hoje o único grande consumidor que vem tendo aumento de consumo e vem priorizando as compras no mercado à vista. "Estamos lidando com essa realidade de um mercado mais dinâmico na Ásia e buscando adaptar nossa estratégia a essa situação", disse. "Se observamos o primeiro trimestre, houve uma grande concentração de vendas para a Ásia, especialmente para a China." A China absorveu 66% das vendas de minério da Vale no período. O atual poder de fogo da China levou a companhia a abrir mão de negociar o insumo apenas em contratos de longo prazo. No início do ano, a Vale anunciou ter voltado a comercializar minério de ferro no mercado à vista. "Nossa política é considerar diversas possibilidades e alternativas de comercialização. Esse mudança de política comercial já deve ter reflexo no balanço da companhia no segundo trimestre. Estamos lidando no dia a dia com o que está acontecendo. Acho que a dinâmica futura de mercado vai ser definida quando se tiver clareza de como os mercados vão reagir ao sistema de precificação que está em vigor", disse o executivo. Segundo ele, a Vale vem conseguindo aproveitar o crescimento das compras de minério da China neste momento de forte retração de demanda no restante do mundo. E lembrou que a companhia chegou a bater recorde de vendas para o país no primeiro trimestre, com 34 milhões de toneladas. Barbosa explicou que, para se adaptar à nova realidade, a Vale vem priorizando a redução das desvantagens logísticas em relação aos concorrentes. Entre as medidas está a criação de centros de distribuição na Ásia e também o aumento da frota de navios. Em seu último balanço financeiro, a Vale informou que já fez a encomenda de 12 grandes graneleiros de minério de ferro e contratos de afretamento para 6 novos grandes navios. A nova frota está programada para entrar em operação em 2011. "Um navio da Vale leva 45 dias para chegar à China. O australiano leva de 10 a 15 dias, no máximo. Então há uma situação criada pelo encolhimento do crescimento e da geografia. Temos uma estrutura de venda muito bem distribuída, mas boa parte do mundo deixou de crescer. Então, houve um desequilíbrio em relação a situação anterior." Barbosa disse que vê a situação atual no mercado bem melhor do que estava no quarto trimestre de 2008. Mas ele acredita que a recuperação será lenta. "Parece que estamos saindo da crise. Nossa confiança no futuro permanece, com perspectivas extremamente positivas no longo prazo", disse. "Todas as indicações são de que o fundo do poço foi atingido e começamos a nos recuperar." Segundo ele, essa retomada será impulsionada principalmente pelos mercados emergentes, especialmente China e Índia. "Essas sociedades não vão se contentar com o desenvolvimento já alcançado", disse, lembrando que a importação chinesa de minério de ferro cresceu 26% no ano, até maio. M.C.

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