
12 de setembro de 2014 | 02h04
Estão em curso vultosos investimentos no parque siderúrgico, mas algumas empresas já reduzem o montante aplicado, enquanto outras adiam os projetos, cuja viabilidade depende das cotações globais. Em 2013, o preço médio da tonelada de minério de ferro foi de US$ 135, cotação igual à de 2 de janeiro deste ano, despencando a partir de fevereiro. Em agosto, era de US$ 92 e, na quarta-feira, atingiu US$ 82,2 no mercado chinês.
O preço de equilíbrio do mercado de minério de ferro é estimado pela área econômica do Banco Itaú em US$ 90 a tonelada, queda de US$ 11 em relação às projeções de agosto. Empresas com custos de logística elevados correm o risco de operar com prejuízo. As cotações de suas ações negociadas em Bolsa já acusam forte declínio (a ação mais negociada do setor perdeu 20% do seu valor em Bolsa neste ano).
Em resumo, poucas empresas preservarão a rentabilidade nas exportações de minério de ferro se as cotações forem inferiores a US$ 90 a tonelada. Na China - a maior compradora -, a economia está operando em ritmo mais lento. O custo do transporte do minério entre o Brasil e a China é da ordem de US$ 24 a tonelada, segundo relatório do Banco Goldman Sachs, citado na reportagem do Estado.
Em 2013, o minério de ferro foi o produto mais importante da pauta de exportações brasileiras, com peso de 12,9% das vendas totais, perdendo, neste ano, o lugar para a soja em grão. No período de janeiro a agosto de 2013 foram exportados US$ 20,2 bilhões em minério de ferro, montante que caiu 9,5% em igual período deste ano, quando atingiu US$ 18,1 bilhões. Não fosse a diferença desfavorável de US$ 2,1 bilhões entre os dois períodos, a balança comercial registraria até agora, neste ano, não um déficit, mas um superávit superior a US$ 1,5 bilhão.
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