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Ministro argentino diz que governo continuará a pagar dívida

País reestruturou cerca de 93% dos US$ 100 bilhões em dívida soberana sobre os quais havia declarado moratória em 2011  

Por Renato Martins e da Agência Estado
Atualização:

BUENOS AIRES - O ministro da Economia da Argentina, Hernán Lorenzino, disse nesta quarta-feira, 31, que o governo do país continuará a fazer pagamentos relativos aos bônus emitidos na reestruturação da dívida. Segundo ele, o governo da presidente Cristina Kirchner "fará tudo o que for necessário" para fazer os pagamentos na moeda em que os bônus foram emitidos.

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A Argentina reestruturou cerca de 93% dos US$ 100 bilhões em dívida soberana sobre os quais havia declarado moratória em 2011; os investidores que participaram das reestruturações da dívida feitas em 2005 e 2010 receberam 33 cents por dólar de valor de face de seus bônus. Mas cerca de US$ 4,5 bilhões em bônus soberanos argentinos estão em mãos de investidores que preferiram não trocar os títulos sobre os quais a moratória havia sido declarada por dívida nova. Por quase dez anos, os chamados recalcitrantes vêm perseguindo a Argentina em tribunais de todo o mundo.

Na semana passada, um tribunal dos EUA determinou que a Argentina não pode continuar a fazer pagamentos aos investidores que aceitaram a reestruturação da dívida, a não ser que também faça pagamentos aos que não participaram das operações de swap. A Argentina anunciou que vai recorrer dessa decisão.

Lorenzino reiterou que o governo não vai pagar "um único dólar" aos recalcitrantes. "A Argentina não vai mudar sua posição de não pagar aos 'fundos abutres'. Continuaremos a seguir essa política, apesar de qualquer decisão que venha de qualquer jurisdição, neste caso a de Nova York", disse o ministro.

Nesta terça-feira, a Standard & Poor's rebaixou o rating da Argentina para B-, de B, com perspectiva negativa, e disse que a decisão do tribunal norte-americano poderá afetar a capacidade do país de fazer pagamentos de sua dívida; a Fitch, por sua vez, colocou o rating da Argentina em revisão para possível rebaixamento.

Hoje, o custo para assegurar dívida soberana da Argentina por cinco anos elevou-se ao nível mais alto em três anos; segundo a Markit, os swaps de default de crédito (CDS) da Argentina estavam cotados a 1.844 pontos-base. As informações são da Dow Jones.

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