
18 de outubro de 2011 | 15h44
Em visita oficial ao Brasil, o ministro de Finanças da Coreia do Sul, Jaewan Bahk, questionou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a alta no IPI de automóveis importados, que atingiu diretamente os veículos vendidos por aquele país, segundo informou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey.
Segundo ele, Mantega respondeu que a medida deve ser lida como um convite para que os coreanos montem fábricas no Brasil, para aproveitar o mercado interno daqui, e reforçou que a iniciativa tem caráter temporário. O ministro brasileiro também disse que não pretende levar a medida a outros produtos, de acordo com o relato de Cozendey.
O secretário informou que os dois ministros trataram do comércio bilateral de forma mais geral. Nesse sentido, Cozendey lembrou que o comércio entre Brasil e Coreia do Sul nos últimos cinco anos cresceu três vezes e que, na reunião de hoje, também foi mencionado que o déficit comercial do Brasil com aquele país cresceu em torno de dez vezes.
Ele explicou que, seguindo o padrão da relação do Brasil com os países asiáticos, o Brasil concentra suas exportações à Coreia em produtos básicos, enquanto os coreanos têm uma pauta bem mais diversificada. Os ministros também discutiram questões relativas ao G-20, segundo Cozendey. Sem posição sobre proposta do Brasil no G-20
Bahk preferiu não assumir nenhuma posição em relação à proposta apresentada pelo Brasil na reunião do G-20 que ocorreu na semana passada na França, para reforçar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) que ficariam à disposição para serem usados, se necessário, por países em crise.
Cozendey disse que Bahk indicou ao ministro Mantega a abertura da Coreia às sugestões feitas pelo Brasil, mas preferiu não tomar uma decisão agora. Cozendey contou que o ministro coreano disse que ficou bem impressionado com a proposta brasileira.
O País sugere o uso de linhas de crédito bilaterais que ficariam à disposição do FMI para serem usadas se necessário. Para Mantega, seria importante dar uma sinalização de que o FMI está fortalecido para enfrentar a crise, o que já contribuiria para restaurar a confiança dos mercados.
Cozendey destacou que esses acordos bilaterais só serão assinados se as medidas para recuperação das economias europeias forem consistentes. O secretário disse que, por enquanto, não há necessidade de mais recursos para o FMI ajudar a Europa. O Fundo hoje conta com US$ 400 bilhões.
Encontrou algum erro? Entre em contato