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Ministro cubano visita Fiesp para incentivar investimento estrangeiro na ilha

Ministro cubano se encontrou com empresários e disse que há grande potencial para desenvolver comércio bilateral com o Brasil

Por Carla Araujo
Atualização:

SÃO PAULO - O ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, afirmou nesta quinta-feira, 7, em palestra a empresários na sede da Fiesp, em São Paulo, que ainda há "um potencial muito maior para desenvolver comércio bilateral com o Brasil". "Temos avançado nos últimos anos. Nossas relações políticas são muito boas e as econômicas têm crescido nos últimos anos e pode crescer mais", afirmou. 

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Segundo Malmierca, hoje a balança comercial entre os dois países é da ordem de US$ 700 milhões, superavitária para o Brasil. "Hoje as exportações cubanas para o Brasil somam US$ 100 milhões, queremos elevar esse patamar. O Brasil é um parceiro muito importante", disse. 

O ministro destacou a criação da Zona Especial de Desenvolvimento Mariel (ZEDM), que possui incentivos tributários, e disse que há atualmente ao menos 13 projetos de interesse de investimento na ZEDM, que podem atrair estrangeiros.

Embaixadora de Cuba no Brasil, Mariaelena Ruiz Capote, o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, Rodrigo Malmierca, e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, durantepalestra aempresários Foto: Carlos Villalba/EFE

A visita do ministro cubano ao Brasil faz parte de uma série de ações que o país tem feito recentemente para acelerar a atração de investimentos externos. No início de abril, antes da abertura da 7.ª Cúpula das Américas, que aconteceu na Cidade do Panamá, o ministro discursou para 700 executivos e reforçou o discurso de incentivos, respeito à propriedade privada, acesso a mão de obra qualificada e a construção de um "socialismo eficiente".

Aos empresários brasileiros, Malmierca reconheceu a importância do apoio do BNDES para a construção do Porto de Mariel e disse que sua localização privilegiada deve atrair cada vez mais negócios e investimentos. 

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, concordou que o porto de Mariel abre possibilidades muito grandes de investimento e disse que ele particularmente já tem estudado alternativas no país. "Eu mesmo, como empresário, estudo alternativas para investimento em Cuba", disse, sem dar detalhes. "Ainda não há nada concreto. É preciso ser avaliado com cautela", ponderou. 

Bloqueio. Skaf destacou que Cuba "passa movimento especial de transformação e abertura". "As relações de Cuba com os EUA avançaram e tendem a avançar muito mais", afirmou, referindo-se ao fim do bloqueio econômico norte-americano anunciado no final do ano passado, após 50 anos de existência.

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Presente no evento, o empresário Alexandre Carpenter, co-presidente da Brascuba Cigarrillos, destacou a experiência de manter negócios com o país caribenho e disse que é preciso aproveitar a abertura comercial. "Essa é a hora para investir em Cuba, porque os americanos vão chegar depois", afirmou. 

Ao final da reunião, Skaf informou ao ministro cubano que vai organizar por meio da Fiesp uma missão de empresários brasileiros para Cuba. Questionado se o recado da Fiesp era "vá pra Cuba", ele disse: "Não. A mensagem é preste atenção em relação a Cuba e as oportunidades que Cuba por oferecer", completou. 

Veículos. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, anunciou hoje que a montadora de máquinas agrícolas "Case IH", do grupo Fiat Crysler Automobiles (FCA), fechou contrato e deve exportar tratores e colhedoras de cana-de-açúcar produzidos em Curitiba (PR) direto para Cuba, nos próximos meses.

A empresa já vendia os equipamentos agrícolas para importadores de Cuba, mas de forma indireta, por meio de uma trade localizada na Europa. Com o fim do embargo cubano, será enviada de forma direta. O Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, apurou que cerca de 400 tratores de baixa potência já estão prontos e aguardam apenas a aprovação do governo brasileiro para que sejam enviados à Cuba, por meio do programa "Mais Alimentos Internacional". (Com informações de Igor Gadelha)

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