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Ministro da Venezuela discute projetos com Petrobras

Rafael Ramírez se encontrou nesta quarta com o presidente da estatal brasileira

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Energia e Petróleo da Venezuela, Rafael Ramírez, se antecipou à comitiva de seu país e chegou nesta quarta-feira ao Rio para uma reunião com a direção da Petrobras, na qual tratou das operações em conjunto entre a estatal brasileira e sua congênere venezuelana, a PDVSA. Nesta quinta-feira, os responsáveis pelo setor de energia dos países presentes à Cúpula do Mercosul encontram-se para discutir a integração energética no continente. A pauta da reunião não foi divulgada, mas é certo que o Gasoduto do Sul, que ligaria a Venezuela à Argentina, estará entre os temas em avaliação. Ramírez passou a tarde na Petrobras, onde se reuniu com o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, e técnicos da empresa. As duas companhias negociam parceria em projetos de exploração e produção de petróleo e gás na Venezuela - principalmente na bacia do Orinoco e em um projeto chamado Mariscal Sucre - e na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Até o início da noite desta quarta, nenhuma das partes havia comentado o encontro, mas, segundo fontes próximas, a reunião serviu para avaliação do andamento dos projetos. A Petrobras considera que não sofrerá perdas com o processo de nacionalização de ativos do Orinoco anunciado há uma semana pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Isso porque todos os projetos em conjunto já têm sido discutidos sob os novos termos que serão implementados no país. Petrobras e PDVSA, que é presidida por Ramírez, analisam uma parceria no bloco Orinoco 1, que tem grandes reservas de petróleo extrapesado e que precisa passar por um processo de pré-refino - tipo de instalação que Chávez pretende nacionalizar - antes de ser enviado à refinarias convencionais. Na manhã desta quinta, o ministro venezuelano se une a outros do setor em discussões mais amplas a respeito da integração energética da América do Sul. Já confirmaram presença o ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, e o ministro do Planejamento da Argentina, Julio De Vido, responsável pelos setores de energia, petróleo e gás. O ministro brasileiro de Minas e Energia, Silas Rondeau, já estava nesta quarta no Rio, à espera dos colegas. Apresentado no início do ano passado, o projeto do Gasoduto do Sul ainda não decolou e deve ser discutido novamente no encontro. O empreendimento enfrenta críticas nos meios técnicos devido à sua grandiosidade e à instabilidade política e regulatória na Venezuela, fonte do gás que será transportado pela tubulação. Preços - Na delegação boliviana, há a expectativa de um encontro com Rondeau para discutir o preço do gás importado pelo Brasil. Segundo informações do ministério dos Hidrocarbonetos da Bolívia, o presidente da estatal local YPFB, Juan Carlos Ortiz, estará na comitiva. A empresa pretende subir para o preço do combustível para US$ 5 por milhão de BTU, pelo menos. Atualmente, a Petrobrás paga pouco mais de US$ 4 por milhão de BTU. Nem a estatal nem o Ministério de Minas e Energia, porém, confirmaram qualquer encontro sobre o tema.

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