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Ministro do Trabalho critica Mercedes por informar demissões a funcionários por telegrama

Nogueira disse que vai procurar a direção da montadora e que o governo pode ajudar a intermediar as negociações

Foto do author Eduardo Laguna
Por Eduardo Laguna (Broadcast)
Atualização:

SÃO BERNARDO DO CAMPO - O ministro do Trabalho e Emprego, Ronaldo Nogueira, criticou nesta sexta-feira, 19, os telegramas enviados pela Mercedes-Benz para comunicar demissões a funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Sobre as cartas despachadas aos empregados que serão dispensados no mês que vem, Nogueira cobrou uma relação respeitosa da multinacional de origem alemã. "O trabalhador precisa contar com o respeito e o ato generoso na hora de ser demitido. Tem que ser chamado, tem que ser olhado nos olhos. Trabalhador não é objeto, trabalhador tem alma, sentimento, é um ser humano", afirmou Nogueira.

Pouco mais de 2 mil trabalhadores estão com trabalho em risco Foto: Divulgação

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Após se reunir hoje com o sindicato que representa os operários do parque industrial da Mercedes no ABC, o ministro informou que vai procurar a direção da montadora. Ressaltou também que o governo vai se colocar à disposição para intermediar as negociações entre as partes, com o objetivo de "construir um formato que não seja traumático ao trabalhador".

Pouco mais de 2 mil trabalhadores, número considerado como mão de obra excedente na fábrica da Mercedes - ou cerca de 20% do total empregado -, estão com empregos em risco. O sindicato dos metalúrgicos do ABC ainda não sabe exatamente quantos empregados receberam o telegrama, mas, pelas mãos de funcionários levantadas em assembleias, estima que mais de mil receberam a carta. 

Nesta sexta-feira, a entidade volta a discutir alternativas contra as demissões em reunião com representantes da montadora. Será o terceiro encontro entre as partes desde que os telegramas começaram a ser enviados, disse Rafael Marques, presidente do sindicato do ABC.

Segundo ele, as propostas em negociação abrangem mecanismos de flexibilização já existentes - entre eles, a reedição do programa de proteção ao emprego (PPE), a suspensão temporária dos contratos de trabalho ("lay-off") e o lançamento de um novo plano de demissões voluntárias. O sindicalista admite, contudo, que as negociações estão difíceis. 

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