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Ministro e banqueiro discutem sobre juros dos bancos

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, e o presidente do conselho de administração do Bradesco, Lázaro Brandão, travaram uma discussão hoje sobre os juros bancários na sede do banco, durante a assinatura de convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para crédito à exportação. "Eu acho que os bancos poderiam fazer uma forcinha a mais para reduzir os custos de certas operações de crédito, juros que são muito altos, crédito pessoal e, fundamentalmente, aquele dado ao cheque especial", disse o ministro. "Isso não afetaria consideravelmente os lucros do banco". Para Brandão, os juros cobrados pelos bancos não afetam a política monetária. Mantega respondeu que "não afeta, mas preocupa". Ele afirmou que o "presidente Lula está preocupado com o pequeno empresário, que vai tomar crédito, capital de giro e paga 40%, 50% ao ano de juro, em uma inflação de 12%, 15%, 20%. Isso inviabiliza o negócio". Mantega disse que há poucos dias recebeu panfletos de um banco (cujo nome ele não citou) que oferecia crédito no cheque especial a 8,7% ao mês. "Como se estivesse me fazendo um favor. Imagine quanto cobram os que não fazem esse favor". Em resposta, Brandão disse que o governo deveria criar condições para produtividade. Mantega disse concordar, mas ressaltou que o capital de giro é também uma necessidade do empresário. "Tenho certeza de que os banqueiros, com o passar do tempo, encontrarão maneiras de reduzir as taxas de intermediação e o spread (diferença entre o que o banca capta e empresta) bancário, continuarão felizes", afirmou o ministro. Brandão argumentou que 50% do spread bancário é de "cunha fiscal". E cobrou uma redução dos depósito compulsório (dinheiro dos bancos que fica no Banco Central). Mantega disse que o compulsório precisa cair, mas afirmou que foi preciso elevá-lo para que o juro não subisse ainda mais. "Assim que a inflação estiver estritamente sob controle, acredito que o Banco Central fará uma redução do compulsório, que de fato está em um patamar elevado", afirmou.

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