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Ministro é contra concessão à Argentina na área agrícola

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, informou hoje, por meio da assessoria, que desistiu de integrar a comitiva do presidente Fernando Henrique Cardoso que foi a Buenos Aires para o encontro de cúpula do Mercosul porque os assuntos vinculados à agricultura não faziam parte da agenda da reunião. Pratini reafirmou que, apesar da grave crise por que passa a economia argentina, o Brasil não tem como fazer mais concessões na área agrícola. Ele citou, o acordo de preços que impede as empresas argentinas fabricantes de leite em pó de praticar dumping (preço mais baixo que o mercado de origem) no Brasil. O acordo está em vigor desde o ano passado e determina que nenhuma tonelada de leite em pó argentino entre no Brasil por menos de US$ 1,9 mil a tonelada. Existe ainda um processo aberto pelos exportadores de frango brasileiros na Organização Mundial do Comércio (OMC) com o objetivo de anular a fixação de um preço mínimo estabelecido pela Argentina em julho de 2000 para as importações do produto brasileiro. Esta barreira reduziu a zero as vendas, ocasionando um prejuízo de cerca de US$ 50 milhões desde que o preço mínimo entrou em vigor. O processo com o pedido de abertura de um "painel" na organização deve ser formalizado ainda neste mês. O ministro da Agricultura defendeu mais uma vez a criação de mecanismos bilaterais, como a ampliação do Convênio de Crédito Recíproco (CCR), para garantir a liquidez do comércio entre Brasil e Argentina. O CCR é um mecanismo pelo qual os Bancos Centrais de cada país asseguram o pagamento das operações de comércio exterior até um determinado limite. Na avaliação de Pratini, se o Banco Central não quiser assumir este risco, os Tesouros brasileiro e argentino deveriam bancar a operação.

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