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Ministro e empresários vão à China e Índia em missão comercial

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, embarca nessa sexta-feira para uma missão comercial a dois dos maiores mercados do mundo: a China e a Índia. Mais de uma centena de empresários brasileiros já confirmou sua participação no grupo que irá à China e pouco mais de 50 irão à Índia. Café, soja, aviões, medicamentos genéricos, suco de laranja, cosméticos, automóveis e serviços de construção civil e de telecomunicações estão entre os produtos que o Brasil tentará vender aos chineses. Para facilitar o crescimento das exportações para esse mercado de 1,3 bilhão de pessoas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá anunciar a criação de novas linhas de financiamento. "Será um apoio para empresas brasileiras que queiram se instalar no novo mercado para comercializar produtos com maior valor agregado", disse Amaral. O ministro explicou que o resultado dessas missões não será visto no curto prazo. "Mas a conquista de mercados novos, embora leve algum tempo para sua maturação, é fundamental para ampliar as exportações", comentou. "A missão é uma oportunidade para empresários dos dois lados saberem as oportunidades que existem, mas leva algum tempo até que as negociações sejam concluídas." No dia 2 de abril, Amaral participará da abertura da Brazil Trade Fair 2002, em Xangai, onde 57 empresas brasileiras exporão seus produtos. A cidade é a maior base industrial do país, e as importações dela e das províncias vizinhas totalizaram US$ 80 bilhões em 2000. É o primeiro evento do gênero em 18 anos. Em 1984, o Brasil havia realizado uma feira em Pequim. A entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) abriu novas perspectivas para as exportações brasileiras. Os chineses tiveram de reduzir as tarifas de importação de uma série de produtos, entre eles o café (15% para 8%), o suco de laranja (35% para 15%), veículos (28% para 25%) e carne bovina (39% para 31,8%). No ano passado, o Brasil teve um superávit de US$ 573,9 milhões com a China, com exportações de US$ 1,902 bilhão e importações de US$ 1,328 bilhão. Houve um aumento de 75,27% nas exportações. "Há espaço para crescer mais", afirmou o ministro. Além da parte comercial, a missão também tratará de temas políticos. Amaral explicou que, dependendo do interesse do empresariado e da receptividade das autoridades de China e Índia, é possível iniciar as negociações de acordos de preferências tarifárias. Existe ainda a possibilidade de o Brasil aliar-se a esses países em outras negociações multilaterais em andamento, como é o caso da rodada da OMC. "Há áreas em que pode haver coordenação dos esforços negociadores porque existe, tanto da parte do Brasil como principalmente da China, a idéia de que ela seja uma plataforma para as nossas exportações para o Sudeste asiático e nós, uma plataforma para as exportações deles para a América do Sul", disse o ministro. Com a Índia, a área de maior interesse é a de fármacos e biotecnologia. O Brasil já importa medicamentos genéricos daquele país e há interesse da participação dos indianos no pólo de biotecnologia que será inaugurado em breve na Amazônia. O ministro admitiu que os brasileiros pouco exploram as oportunidades de negócios na Índia e vice-versa. No ano passado, o Brasil exportou US$ 285 milhões e importou US$ 542 milhões daquele país, registrando um déficit de US$ 257 milhões. As exportações cresceram 31,22%, enquanto as importações aumentaram 100,07%.

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