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Ministro garante implantação de medidas do setor elétrico

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Minas e Energia, Francisco Gomide, garantiu a implantação das medidas de revitalização do setor elétrico, anunciadas ontem, independentemente de questões eleitorais. Gomide falou à imprensa depois do lançamento do Plano Decenal de Expansão para 2001 a 2010. "Naturalmente um novo governo continuará aperfeiçoando as regras. Não acredito em mudanças radicais", afirmou. Segundo ele, as medidas garantem que não haverá racionamento nos próximos anos, independente do presidente que assumir o País. "Todo e qualquer governo tem que seguir as leis do País", afirmou. Gomide explicou que as medidas que necessitarem de legislação serão enviadas ao Congresso Nacional, e que outras podem ser editadas na forma de decreto. "Dependendo da relevância vai por Medida Provisória", avaliou. "Não podemos ficar reféns de cronogramas eleitorais", acrescentou. Na avaliação do ministro, um projeto de modernização do setor elétrico leva 10 anos para ser implantado em qualquer país. Segundo ele, foi assim na Inglaterra, mesmo sem a ocorrência de racionamento. "Mesmo que sejamos capazes de recuperar o tempo perdido, é importante registrar que sempre haverá uma passagem de governo". Racionamento A economia de energia após o racionamento está entre 11,5% e 14%. De acordo com dados do Ministério de Minas e Energia, o gasto de energia em 2003 deverá ser em torno de 7% abaixo da previsão de consumo anterior. "O racionamento criou hábitos permanentes de menor consumo", avaliou o ministro Francisco Gomide. A expectativa do governo era de que a economia voluntária ficaria em torno de 7% em 2002. A estimativa era de um consumo de 26 mil MW, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, já considerando uma redução desse porte. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em maio o gasto foi de 24.139 MW. No Nordeste, a previsão de consumo era de 5.838 MW e foram gastos, de 1º a 31 de maio, 5.496 MW. Em abril, a economia foi em torno de 12% e, em maio, aumentou para 14%. Essa redução no consumo está sendo atribuída à diminuição da temperatura e a uma queda na produção industrial. Segundo o chefe do Departamento de Estudos de Mercado da Eletrobrás, Amilcar Guerreiro, apesar das estatísticas de maio não estarem consolidadas, o comportamento da economia nos últimos meses e as revisões do PIB estão refletindo queda na produção industrial. Ele explicou, no entanto, que o consumidor residencial continua sendo o maior responsável pela economia.

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