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Ministro japonês sinaliza intervenção no câmbio

Por CLARISSA MANGUEIRA
Atualização:

O ministro das Finanças Yoshihiko Noda defendeu hoje o Banco do Japão (BOJ, o banco central do país) das críticas de que seu mais recente passo de política monetária foi muito modesto para conter a alta do iene. Ele também sugeriu que o ministério pode deixar de exigir mais flexibilização monetária por algum tempo. Em um sinal de que o governo ainda vê o fortalecimento do iene como um problema principal, o ministro expressou descontentamento sobre a persistente alta da moeda, sugerindo mais uma vez a possibilidade de intervenção no mercado de câmbio, se necessário. Para Noda, o banco central agiu apropriadamente e rapidamente em resposta às recentes mudanças nas condições econômicas e financeiras. "Acredito que as medidas de política monetária do BOJ, combinadas com novas contramedidas do governo, começarão a mostrar um impacto daqui em diante."Em uma entrevista separada, o ministro da Economia, Satoshi Arai, também classificou como "muito elevada" a rapidez da resposta do BOJ. Os comentários dos ministros foram feitos apesar da nova medida de flexibilização, anunciada ontem pelo banco central, ter fracassado em dissuadir os investidores de comprar ienes.O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, também pareceu satisfeito com a ação do BOJ. O tom das declarações do governo sugere que ele pode suspender sua campanha de pressionar o banco central a fazer mais para revitalizar a economia japonesa, muito dependente das exportações. A economia do país tem sido atingida pelo moderado crescimento no exterior e pela diminuição dos efeitos das medidas de estímulo no país.Em reunião emergencial ontem, o Comitê de Política Monetária do BOJ aprovou mais 10 trilhões de ienes (US$ 118,41 bilhões) em empréstimos de seis meses para as instituições financeiras, a uma taxa de 0,1% ao ano, além dos 20 trilhões de ienes que já haviam sido oferecidos. Também ontem, o governo delineou um pacote de estímulo econômico relativamente pequeno, no valor de 920 bilhões de ienes (US$ 10,89 bilhões), em parte, para mostrar sua unidade com o banco central em seus esforços para impedir o enfraquecimento da recuperação econômica no Japão. As informações são da Dow Jones.

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