O ministro dos Transportes, João Henrique Sousa, afirmou hoje que o governo federal vai assinar o convênio com o governo de São Paulo para regionalizar o Porto de Santos até o fim do ano. Ele afirmou desconhecer uma decisão da 6ª Vara da Justiça Federal, que suspendeu a assinatura do convênio, acolhendo ação civil pública movida pelo procurador da República, André Stefani Bertuol. "Não sei de nada disso; que eu saiba, não há nenhum impedimento para assinar o acordo e nós vamos fazer isso nos próximos dias", disse. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, aprovou a minuta do convênio que determinará a estadualização do porto. A minuta ainda será submetida ao governo paulista. Ao final do processo, o porto passará a ser administrado por uma empresa de economia mista que substituirá a atual companhia docas, ligada à União. Ferrovias Sousa visitou hoje, em São Paulo, a feira "Negócios nos Trilhos", promovida pela Revista Ferroviária. Segundo o ministro, a privatização das ferrovias de carga é um dos principais legados do presidente Fernando Henrique Cardoso. "Os investimentos na área ferroviária somaram R$ 2,7 bilhões de 1996 até hoje", disse. Ele declarou que um dos objetivos principais do governo, até o fim do ano, será realizar um acordo com o governo estadual para a construção do Ferroanel de São Paulo, estimado em R$ 1 bilhão. Esse anel ferroviário, à exemplo do rodoanel, vai circundar a Região Metropolitana e o principal objetivo é retirar os trens de carga da área urbana. "Acredito que haverá uma união dos governos em torno dessa obra, que é fundamental", disse Sousa. O Ferroanel, porém, não é consenso entre os especialistas do setor. Para o presidente da Brasil Ferrovias, Nelson Bastos, a obra é muito cara e vai apenas completar uma estrutura já existente. Segundo ele, os problemas de passagem de trens na Região Metropolitana podem ser resolvidos através de negociações entre as empresas.