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Ministro muda na Argentina, mas a política é a mesma

Por AE
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Na última sexta-feira de manhã, duas frases pronunciadas pelo novo ministro da Economia, Carlos Fernández, inquietaram economistas, lideranças da oposição e os mercados. Primeiro, disse: ?Estou preocupado com a economia do país?. E na seqüência, afirmou: ?Não vou mudar nada da política econômica?. Na véspera, o ex-presidente Néstor Kirchner - cada vez mais presente no governo de sua esposa, a presidente Cristina Kirchner - havia esbravejado em um comício na cidade de Ezeiza com dedo em riste: ?Algumas pessoas querem esfriar a economia para que os argentinos não consumam. Mas ninguém vai esfriar nossa economia!? Na sexta-feira à noite, poucos minutos antes da posse de Fernández, Kirchner - em mais um comício, desta vez em Mendoza - voltou a dar diretrizes na política econômica, indicando que o conflito que o governo mantém com o setor agropecuário (que por tabela está deixando o Brasil sem o trigo argentino) continuará por longo tempo. Além disso, o ex-presidente ressaltou que, para manter baixos os preços dos alimentos para o mercado interno, as restrições para as vendas ao exterior vão permanecer por tempo indeterminado. ?Primeiro devem comer os argentinos. Só depois, os agricultores podem exportar.? A mudança de ministros, afirmam na city financeira portenha, teve o efeito de radicalizar o governo Cristina em suas principais linhas da política econômica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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