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Ministros de comércio se reúnem na Austrália

Por Agencia Estado
Atualização:

Ministros do comércio de 25 países se reúnem, amanhã e sexta-feira, em Sidnei, na Austrália, para tentar evitar um impasse nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), um ano depois do seu lançamento. Dois temas receberão atenção especial - o protecionismo agrícola e a possibilidade dos países produzirrm e importar remédios genéricos sem serem acusados de violar patentes de empresas multinacionais. O Brasil será representado por Luis Felipe Seixas Correa, embaixador em Genebra, e por Clodoaldo Hugueney, subsecretário do Itamaraty para assuntos de comércio. A mensagem do Brasil aos demais participantes será clara. Ou se negocia uma liberalização do setor agrícola, ou todos os demais setores de interesse dos países ricos, como serviços e investimentos, permanecerão sem uma solucão. O Brasil e outros países emergentes se queixam de que atores fundamentais das negociações, como a União Européia e o Japão, sequer deram indicações de como serão suas propostas para a abertura do mercado agrícola. Remédios Outro tema que deverá movimentar a reunião é o acesso aos medicamentos. De acordo com a Declaração de Doha, datada de novembro do ano passado, os países concordavam em estabelecer, até o final deste ano, um regime que permitisse que as nações mais pobres pudessem ter acesso a remédios sem serem acusadas de violarem regras de propriedade intelectual. O problema é que, a menos de dois meses do prazo, um acordo ainda não foi fechado. O principal obstáculo é a insistência de países, como a UE, de identificar quais seriam as nações que teriam direito de importar e exportar remédios genéricos. O Brasil defende que não exista uma lista dos que poderiam ser beneficiados. "Todos devem poder atuar para garantir um melhor acesso aos remédios", afirma um diplomata do Itamaraty. Apesar dos obstáculos, o ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Mike Moore, acredita que os países ainda conseguirão chegar a um acordo antes do prazo final. "Os problemas eram previsíveis, mas tenho certeza que um pacto será concluído antes do final do ano", afirma Moore ao Estado. Se as negociações prometem elevar a temperatura das salas de reunião, nas ruas o clima também não estará ameno. Organizações não-governamentais prometem levar 10 mil pessoas para a porta do hotel onde os encontros ocorrerão para pedir que os países dêem mais atenção às populações mais pobres do mundo.

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