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Ministros de Finanças do G7 tentam acalmar mercados globais

Por GLENN SOMERVILLE
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Com o crescimento global minguando e a ameaça da crise de crédito, os ministros de Finanças das nações mais ricas do mundo se reúnem nesta sexta-feira para discutir como controlar as tensões no mercado financeiro e manter a expansão nos trilhos. Antes da reunião dos ministros e membros dos bancos centrais do Grupo dos Sete, a França pediu mais atenção à alta do euro, que na quinta-feira bateu novo recorde em relação ao dólar. A França teme que a valorização da moeda européia reduza as exportações e o crescimento da região. Mas o pedido da França teve uma recepção fria em Washington. Membros do governo norte-americano deixaram claro que a turbulência nos mercados financeiros será o foco da reunião entre os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão. Após a divulgação do comunicado de encerramento do encontro, nesta sexta-feira, haverá um jantar especial com autoridades de países como China, Arábia Saudita e Kuweit, que operam os chamados fundos de riqueza soberanos, cujas atividades não-regulamentadas e em larga escala incomodam o G7. Isso compõe o cenário de um fim de semana de reuniões entre grandes e pequenos países, durante o encontro semestral de membros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Um item de relevância na agenda é uma mudança mais rápida do FMI para um papel mais rigoroso de supervisão das práticas cambiais. O fortalecimento desse papel do Fundo, que interessa tanto aos Estados Unidos quanto à Europa, deve dar ao órgão uma posição mais firme para pressionar a China a permitir que o iuan flutue de acordo com as condições de mercado. Isso poderia ajudar a China a reduzir seus gigantescos superávits comerciais. Em entrevista à Reuters na noite de quinta-feira, o ministro canadense de Finanças, Jim Flaherty, disse que alguns países do G7 podem pressionar por uma linguagem mais dura para que a China reprecifique sua moeda. "Eu acho que vamos ter mais pressão de outros mercados cambiais, especialmente com o euro em um valor relativamente alto agora", afirmou. A preocupação com o crescimento econômico permeia a reunião do G7. O temor é de que a expansão seja afetada pela crise no mercado financeiro, originada no mercado de crédito de alto risco dos Estados Unidos. "Hoje nós entramos em um período de calma ansiosa", disse Joaquín Almunia, comissário da União Européia para assuntos econômicos e monetários. "Já está claro que o panorama econômico para os próximos dois anos parece menos favorável do que antes da turbulência financeira." O presidente do Banco do Japão, Toshihiko Fukui, afirmou na quinta-feira, depois de um encontro como chairman do Federal Reserve Ben Bernanke, que os mercados financeiros "estão lentamente melhorando", mas que os problemas continuam. "Uma prolongada desaceleração do mercado imobiliário norte-americano é fonte de preocupação e eleva a incerteza", disse. (Reportagem adicional de Louise Egan em Ottawa; Thomas Atkins, Swaha Pattanaik, Yoko Nishikawa e Tamawa Kadoya em Washington)

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